Morales diz querer voltar à Bolívia e aguarda por garantias de segurança do governo interino

© REUTERS . Ueslei MarcelinoEvo Morales, presidente da Bolívia, chegando para votar nas eleições deste domingo em uma escola da Villa 14 de Septiembre, província boliviana de Chapare.
Evo Morales, presidente da Bolívia, chegando para votar nas eleições deste domingo em uma escola da Villa 14 de Septiembre, província boliviana de Chapare. - Sputnik Brasil
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O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, disse em entrevista à Sputnik que gostaria de retornar ao país já nesta sexta-feira (22), mas que isso requer garantias de segurança por parte do governo interino.

"Disseram-nos que os Estados Unidos são contra o meu regresso [à Bolívia]. Quero voltar já amanhã [22 de novembro]. Estamos esperando que o governo de fato nos dê garantias. Se algo acontecer comigo, o governo interino será responsável", disse Morales.

Anteriormente, o ex-presidente, que atualmente se encontra no México, onde recebeu asilo político no início de novembro, pediu a ajuda de mediadores internacionais para retornar à Bolívia.

Morales advertiu as Forças Armadas do país que não poderão evitar ser responsabilizadas por reprimir os manifestantes, dizendo que o direito internacional é superior ao decreto do governo, assinado pela presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, permitindo que os militares reprimam os manifestantes e que sejam isentos da responsabilidade criminal por possíveis crimes cometidos durante os protestos.

© REUTERS / Marco BelloApoiador do presidente deposto Evo Morales se aproxima das forças policiais durante manifestações em Cochabamba, na Bolívia, em 18 de novembro de 2019
Morales diz querer voltar à Bolívia e aguarda por garantias de segurança do governo interino - Sputnik Brasil
Apoiador do presidente deposto Evo Morales se aproxima das forças policiais durante manifestações em Cochabamba, na Bolívia, em 18 de novembro de 2019

"Gostaria que as Forças Armadas soubessem que as normas internacionais estão acima de qualquer lei ou decreto e que vocês não poderão evitar a responsabilidade. Houve crimes contra a humanidade", disse Morales na quarta-feira, comentando o número crescente de vítimas durante os protestos contra o governo interino boliviano.

Morales observou que a paz na Bolívia continua sendo uma prioridade para ele.

Situação alarmante

A crise política na Bolívia se agravou drasticamente após o anúncio da vitória de Morales no primeiro turno das eleições 20 de outubro e o não reconhecimento do resultado por parte da oposição, que classificou o pleito como fraude.

Em meio aos violentos protestos que tomaram conta do país, o ex-presidente boliviano anunciou a renúncia por exigência das Forças Armadas bolivianas, seguida pela renúncia de toda a liderança sênior do país. Os poderes presidenciais foram assumidos pela vice-presidente do Senado, Jeanine Áñez, na oposição.

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