Enquanto a China se esforça para preencher a lacuna na oferta de proteína animal causada pela proliferação da peste suína africana que diminui significativamente o rebanho de suínos no país, com aumento de produção doméstica de carne de frango e importação de carne suína de vários fornecedores no mercado mundial, o Brasil apresenta-se como o único parceiro comercial capaz de suprir a demanda chinesa por carne bovina, conforme publicou a Bloomberg.
No entanto, a demanda chinesa elevada pela carne de boi brasileira aumentou os preços e lucros tanto dos produtores, como dos frigoríficos.
Se por um lado as exportações brasileiras trazem divisas, registrando um aumento de 62% no mês passado comparando com o mesmo período de 2018, por outro o grande escoamento do produto para fora afeta o mercado interno, de acordo com o consultor de agronegócios do banco Itaú BBA, César de Castro Alves.
"O aumento das exportações para a China é impressionante [...] O Brasil tem dominado o mercado de carne bovina na China [...] Os brasileiros não possuem renda suficiente para suportar a atual elevação do preço", declarou César ontem (21) em um evento do Itaú BBA em São Paulo.
Desta forma, César alertou que as boas exportações do Brasil podem ser daninhas para o consumidor nacional, o que possivelmente mudaria com o estabelecimento de um acordo entre os EUA e a China, pondo um fim à "guerra comercial".