A revista Foreign Policy publicou há poucos dias um artigo sobre as novas capacidades militares da Rússia e China. Segundo analista russa, esta publicação reflete os medos que sempre existiram nos EUA.
"Em guerras futuras, as novas tecnologias podem permitir às grandes potências rivais, como a Rússia e a China, realizar ataques precisos e devastadores contra as bases militares e redes logísticas dos EUA, inclusive contra aquelas que se encontram dentro dos EUA", adverte o artigo da revista Foreign Policy.
De acordo com a publicação, os progressos no domínio aeroespacial, robótica, aprendizado de máquina, impressão 3D e nanomateriais permitem criar novas classes de mísseis e drones mortíferos que poderão ser lançados discretamente e percorrer grandes distâncias, aponta o autor do artigo, Michael Beckley.
O jornalista observa que, por exemplo, os novos mísseis hipersônicos combinam a velocidade e o alcance dos mísseis balísticos com a capacidade de manobra e precisão dos mísseis de cruzeiro.
"A difusão destas tecnologias tornará obsoleta a atual forma de fazer a guerra dos EUA", afirma Beckley, acrescentando que o Exército estadunidense teria problemas para responder rapidamente a eventuais ataques da China e Rússia.
Segundo ele, a maioria das bases dos EUA tem poucos ou nenhuns sistemas de defesa antimíssil, nem abrigos fortificados.
Esta publicação personifica os medos que sempre existiram nos EUA, opina Yana Leksyutina, professora do departamento de estudos dos EUA da Universidade Estatal de São Petersburgo e doutora em Ciências Políticas.
"Desde há muito tempo que um dos objetivos da política exterior dos EUA foi evitar uma aliança entre a Rússia e a China. O pior pesadelo para as pessoas que planejam a política exterior estadunidense é a formação de uma aliança [não necessariamente proclamada de forma oficial] entre a Rússia e a China", disse a especialista em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.
Segundo ela, os estadunidenses estão bastante preocupados com o possível estreitamento das relações entre a Rússia e a China. Quanto mais estreitas forem, mais artigos deste tipo serão publicados.