Embora a "queda de braço" entre o presidente dos EUA e o Pentágono seja evidente, especialista destaca uma coisa sobre a qual não há desacordos – o petróleo.
Durante uma coletiva de imprensa realizada no sábado (23) o major-general da Força Aérea dos EUA Eric Hill disse que, no dia 22 de novembro, as forças da coalizão tinham capturado uma "quantidade significativa" de armas leves, explosivos, munições, e detido mais de uma dúzia de combatentes do Daesh, de acordo com o portal Military Times.
Com estes esforços renovados para combater os terroristas na Síria, é compreensível que alguns observadores tenham ficado confusos tendo em conta que o presidente dos EUA Donald Trump havia declarado repetidas vezes que essas mesmas forças do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) haviam sido derrotadas ainda no ano passado.
O ex-embaixador do Reino Unido na Síria, Peter Ford, explicou em uma entrevista à Sputnik International que era evidente desde o início que o Pentágono e Donald Trump tinham objetivos diferentes em relação à Síria.
O presidente estadunidense disse abertamente que ele queria retirar as tropas da Síria e até fez campanha para retirar os soldados americanos de países estrangeiros evitando "guerras infinitas" como ele as chamou no seu discurso em setembro de 2016.
Porém, disse Ford, o Pentágono tem sido consistente em seu uso de táticas de "ganhar tempo" para impedir a concretização da vontade de Trump. "É o que estamos observando agora", acrescentou ele, "O Pentágono está fazer de conta que está novamente lutando contra [o Daesh]. Eles alegam que capturaram mais de uma dúzia de militares do [Daesh] [...] Quem sabe se essas pessoas que foram mortas eram realmente do [Daesh]?
Peter Ford detalhou que o território do nordeste da Síria tem muitas "tribos" e muitos tipos de combatentes em uma área reduzida.
"O ponto fundamental é que não há necessidade de as forças dos EUA permanecerem lá. Não há necessidade quando as forças governamentais sírias está prontas e ansiosas por assumir o controle [do território]".
A verdadeira razão de as tropas dos EUA estarem lá não é lutar contra [Daesh] mas sim para não deixar que [o presidente sírio Bashar Assad] recupere o território. É tão simples quanto isso.
Os EUA já anunciaram a destruição do "califado terrorista", mas declararam sua intenção de permanecer na Síria "para evitar seu renascimento" e "proteger os campos de petróleo".