Os novos estudos do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA podem ajudar a compreender o fenômeno, através da observação da parte interna das tempestades, que seriam formadas por torres de poeira ou nuvens concentradas que aquecem à luz do Sol e se elevam no ar.
Com isso, os cientistas acreditam que o vapor d’água preso à poeira estaria criando um "elevador" em direção ao espaço, onde as moléculas d'água colapsam devido à radiação solar, o que pode ter contribuído para o desaparecimento da água no Planeta Vermelho.
Essas torres de poeira são enormes nuvens agitadas, que são mais densas e sobem muito mais do que a poeira habitual na atmosfera de Marte, e estariam se formando em maior número durante as tempestades globais em Marte.
A sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, observou que as torres de poeira ocorrem durante o ano todo no Planeta Vermelho, e em alguns casos, essas torres foram observadas por até três semanas e meia.
"Geralmente, a poeira cai em um dia ou dois [...] Mas durante uma tempestade global, as torres de poeira são renovadas continuamente por semanas", afirmou Nicholas Heavens, da Hampton University.
Ele também destaca que o fator que mais surpreende os cientistas é que essas torres estão agindo como "elevadores" para transportar outros materiais para a atmosfera de Marte, já que quando aquecidas, formam correntes de ar que transportam gases, bem como uma pequena quantidade de vapor d'água.
Até o momento, os cientistas ainda não podem afirmar precisamente o que estaria causando as tempestades globais de poeira em Marte, um fenômeno muito incomum.
"Nós realmente não temos nada parecido com isto na Terra", disse o cientista da Mars Climate Sounder, David Kass. Entretanto, os investigadores esperam compreender o fenômeno através de mais dados coletados pela sonda MRO.