"Lamento a morte de inocentes", disse, segundo publicado pela Folha de S.Paulo, enquanto tirava fotos com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, sem entrar na discussão sobre um possível excesso das forças de segurança.
Ao perseguir um suspeito na comunidade, a Polícia Militar (PM) invadiu um baile funk com mais de 5 mil pessoas, houve tumulto e nove pessoas acabaram morrendo, algumas delas pisoteadas. Imagens e testemunhas indicam que os agentes atuaram com força excessiva e os frequentadores acabaram encurralados em vielas e becos estreitos.
Doria lamenta morte, mas elogia forças de segurança
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), também lamentou a morte de frequentadores do baile funk.
"Lamento profundamente as mortes ocorridas no baile funk em Paraisópolis nesta noite. Determinei ao Secretário de Segurança Pública, General Campos, apuração rigorosa dos fatos para esclarecer quais foram as circunstâncias e responsabilidades deste triste episódio”, afirmou pelo Twitter.
Lamento profundamente as mortes ocorridas no baile funk em Paraisópolis nesta noite. Determinei ao Secretário de Segurança Pública, General Campos, apuração rigorosa dos fatos para esclarecer quais foram as circunstâncias e responsabilidades deste triste episódio.
— João Doria (@jdoriajr) December 1, 2019
Pouco depois, na solenidade de filiação do ex-ministro Gustavo Bebbiano ao PSDB, ele elogiou a política de segurança do estado. "Hoje, São Paulo tem uma polícia preparada, equipada e bem informada", disse ele.
O caso será investigado pela Corregedoria da Polícia Militar. A versão da PM é que dois homens em uma moto atiraram contra uma viatura e se esconderam dentro do baile, onde teriam entrado disparando.
Escudo humano
Segundo a polícia, agentes entraram na festa e foram recebidos com pedradas e garrafadas. Por isso, houve a necessidade de uso de munição química, com granadas de efeito moral e balas de borracha. A PM disse ainda que criminosos usaram os frequentadores do baile como "escudo humano".
Testemunhas, no entanto, denunciam que a polícia armou um emboscada, fechou as duas saídas da rua onde ocorreu o baile e agiu de forma truculenta. Na noite de domingo, moradores da favela organizaram um protesto contra as mortes.
Ameaças a moradores
Segundo matéria publicada pelo site Ponte, relatos apontam que a ação ocorreu após um mês em que policiais fizeram ameaças diárias a moradores da favela, por conta da morte do sargento da PM Ronald Ruas Silva, ocorrida em 1º de novembro de 2019.