Embora reconhecendo que os EUA têm grande importância na OTAN, a ministra destacou que o próprio presidente Donald Trump incentiva os países europeus a assumirem maiores responsabilidade quanto à sua segurança.
"Não podemos permitir que, sob a pressão de Washington, o Artigo 5 dos estatutos da OTAN, que estipula a responsabilidade dos países membros se defenderem mutuamente, seja transformado no 'Artigo F-35', que os forçaria a comprar armamento americano", afirmou Parly, numa aparente referência à quinta geração de aviões furtivos que Washington tem vindo a promover entre os seus aliados.
Ela também notou que a Europa "ainda não tem mecanismos militares que correspondam ao seu poder econômico e político".
Na opinião da ministra, o estabelecimento de uma posição independente e soberana é um processo que demora algum tempo. Porém, esta questão não deve colocar os países da União Europeia perante a escolha entre uma Europa soberana e a Aliança Atlântica. Pelo contrário, as duas devem se reforçar mutuamente.
Além disso, Parly declarou que é impossível garantir a segurança na Europa sem manter um diálogo com Rússia.
Recentemente o presidente francês Emmanuel Macron pôs em causa a relevância da OTAN, dizendo que a Aliança atlântica está sofrendo "morte cerebral" e destacando a falta de coordenação entre seus membros, como foi o caso da invasão turca no nordeste da Síria em outubro.