Uma equipe internacional de pesquisadores detectou uma emissão de rádio de um objeto localizado a aproximadamente 1.800 anos-luz da Terra, nas proximidades da Constelação do Sul de Altar.
Para essa observação, pesquisadores contaram com a ajuda do radiotelescópio MeerKAT, no deserto de Karoo, na África do Sul. A explosão incomum surgia de um sistema estelar binário, ou seja, duas estrelas orbitando entre elas, dificultando a explicação da emissão.
Apesar das dificuldades, a equipe acredita que a emissão coincida com a posição de uma das estrelas, chamada TYC 8332-2529-1, que seria relativamente brilhante.
A equipe utilizou dados de mais de 18 anos de observações da estrela fornecidas por outros telescópios, o que contribuiu para determinar uma estrela gigante de massa aproximadamente duas vezes e meia maior que a do Sol. Além disso, o brilho da estrela muda em um período de 21 dias, provavelmente originando as grandes manchas, semelhantes às solares.
A análise também revelou que a estrela possui um campo magnético, que orbita outra estrela a cada 21 dias. Tudo indica que essa outra estrela pode ser mais fraca do que a grande estrela, entretanto, teria 1,5 vez a massa do Sol.
A explosão de rádio também poderia ter sido causada pela atividade magnética da grande estrela, assim como ocorre nas explosões solares, porém são mais brilhantes e energéticas, afirmam os especialistas.
Não é descartada a hipótese de um sistema estelar formado a partir de uma estrela gigante e uma estrela similar ao Sol onde a atividade magnética cede lugar às explosões.
"Devido ao fato de que as propriedades do sistema não se encaixam facilmente em nosso conhecimento atual das estrelas binárias, pode representar uma classe completamente nova", afirmou Ben Stappers, um dos autores do estudo, sugerindo um novo tipo de sistemas binários.
A equipe informou que continuarão observando a fonte de emissões e a estrela gigante durante os próximos quatro anos para solucionar o caso.