O dólar atingiu a cotação mais baixa das duas últimas semanas em relação ao euro após a publicação de dados sobre a produção industrial norte-americana e temores de guerra comercial generalizada.
As incertezas teriam sido geradas pela imposição de tarifas contra o alumínio brasileiro e argentino, reportou a Reuters.
Em um tweet publicado nesta segunda-feira (3), Donald Trump disse que as tarifas devem "entrar em vigor imediatamente", uma vez que "Brasil e Argentina estão engajados em uma massiva desvalorização de suas moedas", argumentou.
Trump acusou os países de manipulação do câmbio, apesar das repetidas intervenções dos bancos centrais de ambos os países para controlar a desvalorização de suas moedas.
Investidores também estão preocupados com a falta de perspectiva de um acordo duradouro entre Washington e Pequim para encerrar a guerra comercial travada entre as duas potências econômicas.
"Fricções comerciais continuam sendo uma ameaça persistente, o que não é bom para as expectativas do mercado", disse o estrategista de câmbio da Daiwa Securities de Tóquio, Yukio Ishizuki.
Outro sinal de expansão da guerra comercial foi a declaração do representante de comércio dos EUA, que ameaçou impor US$ 2,4 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões) em tarifas a produtos franceses, caso o país europeu insista em regular a taxação de gigantes digitais como a Google e a Apple.
Dados da economia dos EUA
Para agravar o quadro, dados publicados recentemente apontam que a economia norte-americana ainda está longe de ter se estabilizado.
Relatórios apontam para retração da atividade industrial e da construção civil, colocando fim ao otimismo em relação ao desempenho econômico norte-americano.
"Os dados fracos levaram muitos a desistir do dólar para reduzir as perdas", concluiu Ishizuki.
Nesta segunda-feira (2), dados sobre a atividade industrial norte-americana apontaram para um recuo de 0,2 pontos em novembro. Além disso, os investimentos em novos empreendimentos de construção civil caíram para o menor nível em três anos.
Os dados surpreenderam os economistas, que previam uma alta na atividade econômica dos EUA para o quarto trimestre em função de dados positivos nos setores de comércio, habitação e produção industrial.
Nesta terça-feira (3) o euro foi comercializado a US$ 1,1075 (cerca de R$4,62), após o dólar ter recuado 0,56% na segunda-feira (2).