Cientistas da Universidade Nacional de Pesquisa Nuclear do Instituto de Engenharia Física de Moscou (NIYaU-MEPhI, na sigla em russo), em parceria com colegas do Cazaquistão e dos EUA, realizaram uma pesquisa que pode reduzir a quantidade de energia elétrica dissipada das linhas de transmissão aplicando nanocompósitos com micropartículas de carbono nos fios condutores. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Journal of Physics D: Applied Physics.
De acordo com especialistas, a principal causa da perda de energia elétrica nas linhas de transmissão é o fenômeno de descarga de corona – uma descarga elétrica produzida quando se forma um campo elétrico intenso, capaz gerar a ionização do ar. A situação é particularmente crítica com tempo úmido.
As perdas totais de energia elétrica são estimadas em pelo menos US$ 3 bilhões por ano. O problema é notoriamente conhecido, mas nunca foi solucionado totalmente.
"Nós conseguimos diminuir as perdas por descargas de corona em 20% a 40%, cobrindo os fios de alumínio com uma camada de nanocompósitos contendo nanopartículas de carbono. Nesse processo utilizamos o método de oxidação por plasma eletrolítico, uma vez que ele é simples e de fácil reprodução", disse à Sputnik um dos pesquisadores e professor da NIYaU-MEPhI, Zinetula Insepov.
De acordo com os cientistas, o resultado da pesquisa permitirá um aumento considerável da eficiência energética das linhas de transmissão de alta tensão existentes, com vida útil de 20 a 40 anos, sem necessidade de trocar os fios.
Essa tecnologia simples – que consiste basicamente na aplicação de uma capa anticorona nos fios – poderá ser aplicada em diversos ramos da engenharia elétrica nos quais haja necessidade de diminuir a perda de energia por descarga de corona.
No futuro, a equipe de cientistas planeja expandir a escala da pesquisa e aplicar capas anticorona não só nos fios das linhas de transmissão, mas também nas próprias empresas fabricantes de cabos elétricos para as linhas de transmissão.