China vai retirar tecnologia dos EUA de computadores do governo

© AP Photo / Noel CelisPresidente da China acena para seu homólogo russo após vídeoconferência, em Pequim, em 2 de dezembro de 2019
Presidente da China acena para seu homólogo russo após vídeoconferência, em Pequim, em 2 de dezembro de 2019 - Sputnik Brasil
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A diretiva deve trazer prejuízos às gigantes norte-americanas como HP, Dell e Microsoft. Após Washington impor de restrições à empresa chinesa Huawei, Pequim se prepara para adotar pacote de contramedidas.

A China ordenou que todos os componentes estrangeiros sejam removidos dos computadores de órgãos do governo e instituições pública. A medida deve ter impacto negativo em empresas como HP, Dell e Microsoft.

Apesar de a maioria dos computadores do governo chinês ser da marca nacional Lenovo, componentes como hardwares, chips e sistemas operacionais são, muitas vezes, norte-americanos.

Analistas ouvidos pelo Financial Times estimam que as gigantes norte-americanas lucrem cerca de US$ 150 bilhões (cerca de RS$ 621 bilhões) anuais com o mercado chinês, incluindo clientes públicos e privados.

© AP Photo / Mark SchiefelbeinComputador da Lenovo em exposição em fórum especializado, em Pequim (foto de arquivo)
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Computador da Lenovo em exposição em fórum especializado, em Pequim (foto de arquivo)

A medida é uma resposta à recente decisão das norte-americanas Google, Intel e Qualcomm de encerrar projetos de cooperação com a chinesa Huawei, que teria tomado a dianteira no desenvolvimento da tecnologia 5G.

 "[A medida] é só a ponta do iceberg. O objetivo é claro: criar um espaço livre das ameaças que sofrem empresas como a Huawei, ZTE, Megvii e Sugon", disse o consultor da Eurasia Group, Paul Triolo.

Ao tentar limitar o acesso da China a know-how ocidental, a administração Trump deixou bem claro que a batalha é sobre qual das duas superpotências estará na vanguarda tecnológica nas próximas décadas, reportou o The Guardian.

O analista Hu Xijin, editor do jornal chinês Global Times, disse que a Huawei se preparava "há anos" para ser alvo desse tipo de restrições, e por isso deve sobreviver às medidas impostas pelas gigantes norte-americanas.

© AP Photo / Ng Han GuanCriança brinca próxima ao logo da empresa Huawei, em Pequim (foto de arquivo)
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Criança brinca próxima ao logo da empresa Huawei, em Pequim (foto de arquivo)

Xijin acredita que o tiro possa sair pela culatra, uma vez que a Huawei fica mais motivada a desenvolver sua própria indústria de microchips para competir com a norte-americana.

"O corte ao fornecimento de tecnologia à Huawei será um marco na pesquisa e desenvolvimento de chips domésticos na China", disse o editor nas redes sociais. "O povo chinês não terá mais nenhuma ilusão em relação ao uso de tecnologia norte-americana".

Essa é a primeira medida tomada por Pequim que impõe metas específicas de restrição ao uso de tecnologia estrangeira. O cronograma proposto pelo governo prevê o cumprimento da diretiva em até três anos.

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