Esta é a questão que inquieta os analistas: uma nova grande crise financeira está prestes a afetar a economia mundial? E se sim, então quando? Opiniões e alertas divergentes surgem quase diariamente.
Steve Eisman, renomado analista financeiro que antecipou a crise de 2008, pensa que vivemos um contexto bem diferente. Segundo ele, "o endividamento das instituições financeiras é muito menos notável nos Estados Unidos e Europa" que entre 2007 e 2008, e "os bancos são mais regulados". Eisman afirma em entrevista à Sputnik França que nada de grave se aproxima.
A pesquisa da Natixis Investment Managers, corretora de ações baseada em Boston, foi realizada, conforme divulgado pela publicação Capital, "junto a 500 investidores institucionais de fundos de pensão de empresas, de fundações e fundos de dotação, fundos de pensão públicos [...], de companhias de seguros e fundos soberanos na Ásia, Europa, América do norte, América Latina e Oriente Médio".
A partir desta pesquisa é possível traçar algumas avaliações sobre o estado da economia mundial, que apontam um cenário desafiador.
Medo da volatilidade toma mercados
Ao menos 89% dos investidores estão preocupados quanto aos futuros efeitos do alto nível da dívida pública sobre a economia mundial. Mais de 80% consideram que uma crise financeira internacional ocorrerá nos próximos cinco anos. Para 58% dos interrogados, ela ocorrerá em três anos.
"A volatilidade, a persistência de um ambiente com taxas de juros historicamente baixas e as tensões políticas são consideradas pelos investidores institucionais como grandes preocupações para 2020", destaca Capital.
A interferência política continua a preocupar os investidores. Para 69% deles, as ingerências estrangeiras nas eleições nacionais são um problema alarmante. As eleições americanas de 2020 são alvo de especulações. Para 64% dos interrogados, a escolha de um novo líder norte-americano será uma fonte de volatilidade para os mercados.
A política de juros muito baixos, aplicada por vários bancos centrais, também figura como fonte de apreensão. Como nota a publicação Capital, o crescimento do crédito, os problemas de liquidez e o risco de deflação fazem igualmente parte desses receios.