A Coreia do Norte anunciou ter realizado teste "muito importante" em sua plataforma de lançamento de satélites neste sábado (7). A medida foi tomada em meio à escalada de tensões, conforme se aproxima o prazo estipulado pela Coreia do Norte para a retomada do diálogo com os EUA.
Há preocupação entre diplomatas na ONU de que Pyongyang poderia retomar testes com material nuclear e mísseis de longo alcance, suspensos desde 2017.
Apesar da pressão de membros do Conselho para convocar reunião que trataria de direitos humanos na Coreia do Norte, os EUA decidiram ir direto ao ponto e marcaram reunião para tratar das ameaças feitas por Pyongyang.
De acordo com representante dos EUA, a reunião será "uma revisão abrangente dos acontecimentos recentes na península coreana, incluindo recentes lançamentos de mísseis e a possibilidade de escalada nas provocações da Coreia do Norte".
A pedido de países europeus, membros do Conselho de Segurança se reuniram a portas fechadas várias vezes nos últimos meses para discutir os lançamentos de mísseis conduzidos pela Coreia do Norte, conforme reportou a Reuters.
"A Coreia do Norte conduziu 13 rodadas de lançamentos de mísseis desde maio e segue operando o seu programa nuclear", declararam Reino Unido, França, Polônia, Bélgica e Alemanha no comunicado que se seguiu à reunião do Conselho.
Os europeus defendem que a Coreia do Norte se engaje em diálogo produtivo com Washington para avançar no processo de desnuclearização da península coreana.
Na semana passada, os representantes do Conselho de Segurança almoçaram com o presidente dos EUA, Donald Trump. A representante dos EUA na ONU, Kelly Craft, informou que a questão norte-coreana foi debatida durante o evento:
"Estamos todos de acordo de que a possibilidade de quaisquer novos lançamentos de mísseis balísticos é muito preocupante", disse Craft, nesta segunda-feira (9).
O representante da Coreia do Norte na ONU, Kim Song, declarou nesse sábado que a desnuclearização estava fora da mesa de negociações e que diálogos morosos com os Estados Unidos não eram necessários.
O presidente Donald Trump, por sua vez, afirmou que Kim Jong-un teria "muito a perder" caso retomasse as hostilidades contra os EUA.
A Coreia do Norte demanda o fim das sanções norte-americanas que assolam a economia do país. O líder norte-coreano ameaça retomar os testes de seus mísseis de longo alcance, suspensos desde 2017.
Washington demanda que Pyongyang abandone seu programa de mísseis e colabore com a desnuclearização da península coreana.
Apesar da celebração de três encontros entre Donald Trump e Kim Jong-un desde junho de 2018, as negociações não produziram resultados concretos.