Diferentemente da frota de submarinos americana inteiramente nuclear, o mais novo submergível de guerra russo B-274 Petropavlovsk-Kamchatsky, da classe Varshavyanka, tem propulsão diesel-elétrica.
O especialista H. I. Sutton ressaltou na revista Forbes que, apesar de a Rússia operar submarinos nucleares, o país continua produzindo submarinos convencionais, o que diferencia sua força naval da dos EUA.
"Os últimos submarinos de propulsão convencional [não nuclear] na Marinha dos EUA foram da classe Barbel, construídos entre 1956 e 1958. Desde então somente submarinos nucleares foram construídos", afirmou Sutton.
Grande alcance
Conforme explicou o especialista, a razão disto seria o maior raio de ação que os submarinos nucleares possuem durante suas operações.
"Submarinos nucleares possuem virtualmente um raio ilimitado, sendo a única limitação [de sua ação] as pessoas [em referência à tripulação]", declarou o especialista.
Além disso, Sutton acrescentou que tal característica seria necessária para as operações de grande alcance dos meios navais americanos pelos oceanos.
Também no quesito velocidade, os submarinos de propulsão atômica são mais velozes, enquanto seu reator nuclear provê energia suficiente para varreduras massivas de seu sonar.
Vantagens dos submarinos convencionais
Se por um lado tais fatores favorecem a ação dos submarinos nucleares em mar aberto, por outro os submarinos convencionais não ficam sem vantagens.
"As primeiras e mais óbvias vantagens dos submarinos convencionais são por serem menores e de construção mais barata. [...] Eles podem desligar todos os sistemas e ficarem em silêncio no fundo do mar, tornando sua detecção extremamente difícil", explicou Sutton.
Tendo em vista que a "invisibilidade" de um submarino é uma de suas principais vantagens em um conflito naval, a difícil detecção de submarinos convencionais acentua ainda mais tal ponto positivo.
Além do mais, de acordo com Sutton, a geografia levou a Rússia a manter grande parte de seus submarinos perto de seu litoral, tornando o uso de submarinos convencionais adequado para suas patrulhas.
"Sendo assim, a Marinha russa ainda valoriza os submarinos mais limitados de propulsão convencional para complementar seus submarinos nucleares. O silêncio destes barcos deve lhes dar vantagens em alguns cenários, particularmente em águas rasas", afirmou o especialista.
Desta forma, para Sutton, os EUA não possuem nenhum análogo do Petropavlovsk-Kamchatsky em seu arsenal.