Nesta quarta-feira (11), Stephen Dickson, chefe da FAA, admitiu o erro da agência ao autorizar que a aeronave continuasse em operação depois do primeiro acidente, segundo a BBC.
Em audiência no Congresso, Dickson afirmou que o sistema de segurança da aviação dos EUA não está enfraquecido, mas que "devem ser feitas melhorias".
Ele também negou as sugestões dos legisladores de que a equipe da FAA havia priorizado a certificação ao invés da segurança, com objetivo de cumprir as metas de trabalho e remuneração.
Segundo ele, os padrões de segurança dos EUA estão ao mesmo nível dos padrões europeus, ressaltando que um erro humano, ou do piloto, é a causa da maior parte dos acidentes, sendo um fator tão importante quanto o equipamento ou o sistema.
"Embora as cabines sejam cada vez mais automatizadas, o trabalho de pilotar um avião não fica mais fácil [...] É importante manter o piloto envolvido durante o voo. Os humanos não são bons monitores passivos", afirmou Dickson.
A FAA não permitirá que o Max decole antes de 2020, disse o chefe da agência, acrescentando que ele próprio pilotaria a aeronave antes de certificá-la.
Anteriormente, um executivo da Boeing declarou que havia detectado problemas no Max, tendo inclusive alertado a empresa para realizar as alterações necessárias, mas o seu alerta teria sido ignorado e, quatro meses depois, aconteceu o primeiro acidente.
Além das falhas de segurança da Boeing, os executivos da fabricante norte-americana também demoraram para realizar as devidas correções, além do erro cometido pela FAA ao permitir a operação da aeronave, que esteve envolvida em dois acidentes.
Ao todo, nos dois acidentes envolvendo o Boeing 737 Max morreram 346 pessoas, sendo o primeiro em outubro de 2018, com a Lion Air da Indonésia, e o segundo em março de 2019, com a Ethiopian Airlines.