Conforme o serviço de imprensa da academia russa, os resultados do estudo permitirão compreender melhor a evolução agrícola no âmbito da cooperação entre os países do grupo BRICS.
"O êxito do setor agrícola do BRICS não só determina a qualidade de vida das zonas rurais destes países, mas também influencia significativamente a situação social e política como um todo. Mais do que isso, as agriculturas do Brasil e da China superaram há muito as fronteiras nacionais e determinam as condições mundiais", afirma Aleksandr Nikulin, diretor do Centro de Pesquisas Agrícolas da academia.
De acordo com os dados dos cientistas, a Rússia tem em comum com os outros países do BRICS a polarização social e econômica dos produtores agrícolas, quando o setor está dividido pela metade em pequenos fazendeiros e grandes empresas.
Todos os países do BRICS são caracterizados por uma diferença significante de nível de vida e infraestrutura social entre a cidade e o campo. Hoje, a população rural é mais ou menos 25% na Rússia e no Brasil, e o fluxo de migração das zonas rurais para as cidades continua.
Os dois países desenvolvem os setores da economia voltados para a exportação. Para o Brasil, é a soja, e para a Rússia, o trigo. Os países são líderes mundiais reconhecidos em exportação destas culturas, o que acontece, em particular devido ao crescimento da produtividade observada com a implementação de novas tecnologias agrícolas.
Os cientistas notam que tanto a Rússia, como o Brasil registram tendências de aplicação de tecnologias sustentáveis nas suas respectivas agriculturas. A pesquisa observou um crescimento espontâneo das empresas e fazendas que prestam atenção ao desenvolvimento de zonas recreativas e cuidam da qualidade ecológica dos seus produtos.
Tanto no Brasil, quanto na Rússia existem zonas rurais prósperas e depressivas, e a diferença do nível de desenvolvimento econômico entre elas continua crescendo. Em ambos os países crescem as contradições sociais devido à transformação do setor agrícola.
Os pesquisadores pediram a moradores rurais do Rio Grande do Sul, do território de Krasnodar e da região de Moscou para responderem a umas perguntas. Os resultados do questionário mostram que os produtores agrícolas de ambos os países esperam que o seu governo dê garantias de venda da sua produção em mercados locais, nacionais e internacionais, o que exige a ampliação da cooperação agrícola.
Os pesquisadores russos ficaram admirados com o progresso da agricultura brasileira, fruto do êxito da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os russos também notaram o êxito da nova rede de universidades locais de desenvolvimento agrícola.
Por sua parte, os cientistas brasileiros avaliaram muito positivamente a acessibilidade do sistema escolar na Rússia e do sistema russo de bibliotecas e casas da cultura. Eles acreditam que a experiência russa pode ser muito útil na liquidação do analfabetismo e promoção da cultura nas zonas rurais do Brasil.
Os pesquisadores de ambos os países afirmam que os resultados da sua pesquisa vão facilitar o desenvolvimento do potencial econômico da Rússia e do Brasil e que a continuação da cooperação científica fortalecerá as relações entre os países no âmbito do BRICS.