Freitas afirmou que a elaboração do modelo de concessão levou mais tempo do que o esperado, mas as regras do leilão já foram submetidas ao Tribunal de Contas da União (TCU) para aprovação.
A ferrovia de 1142 km Ferrogrão deverá transportar produtos agrícolas do maior estado produtor de soja, o Mato Grosso, para o porto fluvial norte de Miritituba na bacia amazônica.
Já a ferrovia FIOL de 537 km foi projetada para transportar produtos minerais e agrícolas do interior do país para um porto do estado da Bahia na costa atlântica.
O governo planejava leiloar as duas licenças para concluir e operar os mais de 1.500 km de ferrovia no primeiro semestre de 2020.
Freitas destacou em entrevista coletiva que o interesse dos investidores estrangeiros no esforço do Brasil para melhorar a infraestrutura deficiente era alto e o governo espera aumentar os R$ 101 bilhões em investimentos com 40 projetos que serão leiloados no próximo ano.
As concessões a serem leiloadas em 2020 incluem 22 aeroportos, nove terminais portuários, sete rodovias e as duas ferrovias. Freitas comentou que as empresas chinesas estavam particularmente interessadas na linha FIOL.
"Os italianos estão olhando para muitas estradas, os alemães estão olhando para ferrovias e os chineses estão olhando para tudo", acrescentou o ministro.
Obra polêmica no radar
A maior contribuição de Freitas para o setor de soja neste ano foi a pavimentação de um trecho de 50 km da BR-163 que faltava, ligando o Mato Grosso até o porto de Miritituba no rio Tapajós.
Durante a estação chuvosa, filas de caminhões com soja ficariam presos na lama por dias bloqueando outros embarques. Agora que a estrada está totalmente asfaltada, os custos de frete caíram abaixo dos custos de envio pelo porto de Santos, pontuou Freitas.
O Brasil seguirá em frente com a reforma da rodovia BR-319, que atravessa a região amazônica de Porto Velho a Manaus, um projeto polêmico porque atravessa uma floresta intocada. A estrada foi construída pelos militares na década de 1970, mas foi abandonada e várias partes estão cobertas pela vegetação, enquanto outras ficam intransitáveis na estação das chuvas.
A concessão de uma primeira seção de 50 km será leiloada no início do próximo ano, quando estudos de impacto ambiental forem concluídos, explicou Freitas. A rodovia é necessária para os habitantes da região, prosseguiu, e não será usada para transportar grãos que continuarão a usar o caminho do rio Madeira.