As justificativas apresentadas seriam, segundo um comunicado da assessoria de imprensa da agência de notícias Rossiya Segodnya, supostas "sanções impostas pela União Europeia em 17 de março de 2014 contra uma série de pessoas físicas e jurídicas à luz dos acontecimentos na Ucrânia".
Em entrevista à Sputnik Brasil, Maria José Braga, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) do Brasil, condenou a perseguição aos jornalistas da Sputnik Estônia.
"É inadmissível que um governo de qualquer país, ameace jornalistas por suas relações de trabalho ou pelo exercício profissional do jornalista. Neste caso o governo da Estônia está ameaçando [os jornalistas] pela relação com uma agência de notícias reconhecida, com atuação no mundo todo, e que não enfrenta problemas em praticamente todos os países onde atua, inclusive no Brasil", afirmou.
Maria José Braga também cobrou posicionamento de autoridades internacionais e de outras agências de notícias sobre o caso.
"É preciso que as autoridades internacionais tomem conhecimento do fato e se posicionem. Eu creio que todas as entidades representativas dos jornalistas no mundo também vão se posicionar exigindo do governo uma retratação e uma admissão do trabalho dos jornalistas e do seu contrato de trabalho com a Sputnik", disse.
Segundo a presidente da FENAJ, qualquer perseguição a qualquer jornalista é uma ameaça à democracia.
"Qualquer ação restritiva ao trabalho dos jornalistas é uma ação restritiva à liberdade de imprensa. Como nós podemos dizer, sem medo de errar, que não existe democracia verdadeira sem liberdade de imprensa, os ataques à jornalistas atacam a liberdade de imprensa e a atacam o próprio exercício da democracia", completou.
A assesoria de imprensa da Sputnik publicou uma nota condenando a decisão do governo estoniano.
"Gostaríamos de recordar que a agência de notícias Rossiya Segodnya não surge em nenhuma lista de sanções da UE. Consideramos as ações das autoridades estonianas como uma arbitrariedade flagrante. Planejamos abordar organizações internacionais como a ONU, a OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), o Conselho da Europa, a UNESCO e o TEDH (Tribunal Europeu dos Direitos Humanos), exigindo que se dê uma avaliação adequada a este caso, sem precedentes nos últimos anos, de violação da liberdade de expressão e que se tomem medidas para garantir o direito dos nossos jornalistas de exercer sua atividade profissional", disse em comunicado a assessoria de imprensa da agência de notícias Rossiya Segodnya.
A agência de notícias também afirmou que fará tudo o que estiver ao seu alcance para proteger os funcionários da Sputnik Estônia de processos penais.