As estranhas pedras deslizantes têm confundido os cientistas há muitos anos. Trata-se de um fenômeno geológico que ocorre no Vale da Morte, na Califórnia, EUA, onde as pedras, algumas com mais de 320 quilogramas, parecem se mover por si próprias, deixando longos sulcos na terra.
Os cientistas analisaram um fóssil que faz parte de uma exposição no estado de Connecticut, onde foi encontrado, e está na coleção desde 1896, e chegaram a novas conclusões. As descobertas foram apresentadas em 9 de dezembro na reunião da União Geofísica dos EUA.
Em 2017, o paleontólogo Paul Olsen, da Universidade de Columbia, Nova York, notou que nesta rocha sedimentar, que possui gravadas pegadas de um antecessor do brontossauros e até a textura de sua pele, tem conservado o que seria o rastro de uma pedra deslizante.
Olsen e a sua equipe não puderam indicar se o rastro mostra o movimento de uma ou mais pedras. No entanto, afirmam que a pedra teria suficiente peso para deixar profundas marcas na antiga lama. Os investigadores consideraram que o descobrimento poderia provar a existência de um breve período gelado durante o Jurássico Inferior.
As marcas do fóssil estão de acordo com a ideia, já relativamente consensual, de que as pedras se movem devido ao gelo que se forma em torno delas após um período de chuva no inverno. A chuva origina uma capa de água sobre o terreno seco, criando um lago superficial, que congela à noite. Ao se derreterem, as placas de gelo em torno das pedras se movem na água, criando um rastro na lama que endurece quando a água se evapora.