Desde 2016, os países da OTAN têm aumentado os gastos em defesa em US$ 130 bilhões (R$ 529 bilhões) e, até 2024, está previsto aumentar este valor em US$ 400 bilhões (R$ 1,6 trilhão), comentou o general russo ao jornal Krasnaya Zvezda em um briefing para os adidos militares de outros países na terça-feira (17).
Durante a cúpula da OTAN em dezembro, a aliança passou a considerar o espaço cósmico como uma área separada de operações de combate, em igualdade com a terra, o ar, o mar e o ciberespaço.
"Continua o trabalho na implantação de componentes de defesa de mísseis dos EUA na Europa. Nos países bálticos e na Polônia, nos mares Negro e Báltico, a atividade militar está crescendo e a intensidade dos exercícios militares do bloco está aumentando. Os cenários deles apontam para a preparação intencional da OTAN para o envolvimento de suas tropas em um conflito militar em grande escala", afirmou Gerasimov.
O chefe do Estado-Maior General manifestou confiança na necessidade de prosseguir o diálogo com a aliança com o intuito de reduzir os riscos de incidentes militares perigosos.
'Ameaça à paz'
"Qualquer passo dado pela Rússia no sentido de garantir a sua segurança militar, qualquer evento planejado e transparente para desenvolver o Exército e a Marinha, qualquer exercício é inequivocamente apresentado pelos propagandistas ocidentais e os falsos meios de comunicação social como uma 'ameaça à paz'", complementou.
Na opinião de Gerasimov, as ações da aliança aumentam a tensão e reduzem o nível de segurança na fronteira Rússia-OTAN.
"A redução dos riscos de incidentes perigosos na esfera militar deverá continuar, sendo a área de diálogo mais importante entre Rússia, por um lado, e Estados Unidos e OTAN, por outro. É necessário retomar a cooperação entre Rússia e OTAN para resolver as questões problemáticas acumuladas", destacou.
No início de dezembro, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que a aproximação da OTAN às fronteiras russas representa uma ameaça para a segurança do país, observando que a Rússia tem repetidamente manifestado disponibilidade para cooperar com a aliança para combater conjuntamente ameaças reais, como o terrorismo internacional, os conflitos armados locais e o perigo de proliferação descontrolada de armas de destruição maciça.