"Respeitável senhora presidente Kersti Kaljulaid. Eu não sei se a senhora está ciente sobre as ações dos órgãos de aplicação da lei de seu país, que ameaçam jornalistas, seus cidadãos, com acusações criminais por fazerem o seu trabalho. A eles foi dado um ultimato sem precedentes – demitir-se da Sputnik até 1° de janeiro ou se prepararem para a prisão", escreveu Simonyan em seu canal no Telegram nos idiomas estoniano e russo.
Com intuito de impedir as ações contra os jornalistas, Margarita Simonyan apelou à presidente estoniana.
"Eu sei que as relações entre nossos países merecem ser melhores. Nós estamos cientes da sua prontidão para um diálogo calmo e a valorizamos por isso. Nós, assim como a senhora, não queremos que a Estônia se envergonhe por isso. Vamos juntas não permitir tal coisa", acrescentou Simonyan.
Anteriormente, funcionários da Sputnik Estônia disseram que receberam da direção do Departamento da Polícia e da guarda fronteiriça do país ameaças de processos criminais contra eles, caso não terminassem suas relações de trabalho com a organização sede, a agência de notícias Rossiya Segodnya, até 1° de janeiro de 2020.
"Para ser sincera, é difícil imaginar que na Estônia trinta jornalistas estejam prestes a ser detidos, em violação a todos os direitos e liberdades concebíveis. Mas, infelizmente, como editora-chefe da Rossiya Segodnya, a vida me força a tomar tal ameaça como séria. Na Ucrânia o nosso colega Kirill Vyshinsky passou 400 dias atrás das grades pela sua profissão", escreveu Simonyan.
Segundo as autoridades estonianas, a ação foi fundamentada em sanções introduzidas pela União Europeia em 17 de março de 2014 contra pessoas físicas e jurídicas tendo como base os eventos na Ucrânia.