Um grupo de arqueólogos da China encontrou o esqueleto de um homem de 35 anos em um cemitério neolítico nas margens do rio Amarelo, na província chinesa de Henan, datado entre 3300 e 2900 a.C., com patologia que é "extremamente rara" hoje e que alterava sua altura, segundo resultados que deverão ser publicados em um artigo na versão impressa da revista International Journal of Paleopathology em março de 2020.
A pesquisa indica que nenhum dos ossos do homem se desenvolveu totalmente. É um caso de displasia esquelética, que retarda o desenvolvimento dos ossos longos e altera suas proporções, causando nanismo.
A condição tem incidência de 0,64 casos por 10.000 nascimentos, uma variedade de displasia que tem sua origem em um defeito pós-natalício da hipófise ou da tireoide. Ambas as glândulas controlam a excreção hormonal e, uma vez afetadas, esse processo altera o crescimento ósseo e a função cardíaca, bem como o desenvolvimento cognitivo.
Segundo os resultados do estudo, nenhum dos ossos do homem se desenvolveu totalmente.
Situação do nanismo na sociedade antiga
O estudo dos cientistas revelou que os braços do "anão" estavam debaixo das costas, enquanto os braços das outras pessoas sepultadas estavam em cima de seus corpos.
O indivíduo desenterrado precisava de algum "apoio de outros membros da comunidade" para sobreviver, dizem os arqueólogos. Apesar de tudo, segundo os textos históricos do século II a.C., as pessoas com nanismo eram "vistas como estranhas" pelo resto da sociedade.
O coautor do estudo Sian Halcrow enfatizou em um comentário à revista Forbes na quarta-feira (13) a importância de "reconhecer que a deficiência e a diferença podem ser encontradas no passado" e que "elas não tinham necessariamente conotações sociais ou culturais negativas. Os que tinham nanismo poderiam até ser "reverenciados em algumas situações", acrescentou o pesquisador.