Em uma reunião de emergência convocada no Cairo, representantes da Arábia Saudita, Kuwait e Iraque, entre outros Estados, criticaram a ação do Brasil como uma violação do direito internacional e manifestaram seu apoio contínuo às reivindicações palestinas à cidade dividida.
Em um comunicado, o conselho declarou que uma "mudança negativa na política externa brasileira em relação aos palestinos prejudicaria seriamente os interesses políticos, econômicos e diplomáticos compartilhados entre árabes e brasileiros", embora não ofereça detalhes.
O documento expressou ainda "profundo desapontamento" pelo fato de o governo brasileiro reverter sua política de décadas no Oriente Médio.
Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental, que Israel capturou em uma guerra no Oriente Médio em 1967, como a capital de um futuro Estado. Israel reivindica toda Jerusalém como sua capital indivisível.
Na repreensão mais aguda, o representante do Kuwait, o embaixador Ahmed Al-Bakr, expressou "rejeição completa de qualquer ato de preconceito em relação ao status legal da cidade", acrescentando que a abertura de um escritório técnico constitui uma "clara e óbvia violação de resoluções internacionais".
A Argélia alertou que o passo do Brasil inflamaria as tensões na região e minaria os esforços pela paz entre Israel e os palestinos, instando o governo brasileiro a reavaliar.
O Brasil, como outros países latino-americanos, há muito tempo ficou ao lado dos palestinos das Nações Unidas e de outros organismos globais. Mas o presidente brasileiro Jair Bolsonaro encontrou um terreno comum com o governo de direita do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
O estabelecimento de um escritório comercial no Brasil em Jerusalém é considerado um primeiro passo em potencial para a realocação da embaixada lá, seguindo a liderança do presidente dos EUA, Donald Trump.