Apenas 43 segundos depois, o observatório LIGO/Virgo, nos EUA, captou ondas gravitacionais provenientes da mesma zona espacial.
Já o observatório HAWC, no México, registrou 80 segundos depois raios gama originados da mesma área.
O astrofísico norte-americano Daniel Hoak questionou a misteriosa sequência de eventos captada pelos três observatórios.
Alguns cientistas acreditam que os três fenômenos cósmicos poderiam estar relacionados. Sendo assim, as ondas gravitacionais registradas podem ter sido originadas pela fusão de um pequeno buraco negro e uma estrela de nêutrons.
Signal in LIGO/Virgo data. Most likely #gravitationalwaves from a source with one component in NS-BH mass gap. Observed 24 minutes ago. Find out more at: https://t.co/VglnWwjvCN pic.twitter.com/jpvJ9dF9HJ
— LIGO (@LIGO) December 16, 2019
Sinal nos dados do LIGO/Virgo. Provavelmente, ondas gravitacionais vindas de uma fonte com um componente no intervalo de massa NS-BH. Observados há 24 minutos.
O fluxo de neutrinos e radiação gama, captados de forma quase simultânea na Terra, poderiam também ter sido causados por essa fusão, no entanto, o fato de os fenômenos ocorrerem com intervalos de segundos faz com que a hipótese citada seja questionada.
"A sequência de eventos parece estranha: não entendo como é possível que 43 segundos antes da fusão de uma estrela de nêutrons e um buraco negro (se foi isso que aconteceu), ocorra uma explosão de neutrinos, e 80 segundos depois dessa fusão sejam emitidos fótons com uma energia de aproximadamente 100 GeV", publicou Hoak.
O astrofísico russo Valery Mitrofanov, professor do Departamento de Física da Universidade Estatal de Moscou e chefe do grupo científico de colaboração internacional LIGO, explicou que as ondas gravitacionais, os raios de neutrinos e a radiação gama se propagam à velocidade da luz, e as discrepâncias no tempo entre esses fenômenos espaciais sugerem que não estão relacionados.
Mitrofanov também afirmou que a diferença no tempo de recepção dos sinais não pode ser explicada pela falta de sincronização dos equipamentos ou outro erro técnico, já que nada parecido havia ocorrido antes.
Para esclarecer o misterioso evento no espaço, os especialistas dos três observatórios deverão verificar os dados e realizar uma análise exaustiva.