O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou o Ato de Autorização de Defesa Nacional de 2020, na sexta-feira (20), que criou um novo braço das Forças Armadas norte-americanas, a Força Espacial.
A China reagiu à medida, acusando os EUA de "buscarem a militarização do espaço sideral".
"Estas ações dos EUA violam fortemente o consenso internacional sobre o uso pacífico do espaço […] representando uma ameaça direta ao espaço sideral, à paz e à segurança", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang.
Geng pediu à comunidade internacional a "adotar uma atitude prudente e responsável para evitar que o espaço se torne um campo de batalha".
Com a criação da Força Espacial, as Forças Armadas dos EUA contarão com seis braços formais, junto com Exército, Aeronáutica, Marinha, Corpo de Fuzileiros Navais e Guarda Costeira.
"Muitas coisas irão acontecer no espaço, porque o espaço é o mais novo domínio de guerra do mundo", declarou Trump durante a assinatura do Ato.
A nova divisão das Forças Armadas contará com cerca de 16.000 funcionários, advindos tanto da Aeronáutica, quanto de órgãos civis, alguns dos quais já estão incorporados no Comando Espacial, informou a secretária da Força Aérea dos EUA, Barbara Barret.
A China desenvolve atividades espaciais civis e possui programa espacial avançado. Em novembro, Pequim finalizou com sucesso uma série de testes para a sua primeira expedição a Marte, prevista para ser realizada em 2020.
Relatório da Agência de Inteligência em Defesa dos EUA citou o desenvolvimento dos programas espaciais da Rússia e China como ameaça aos interesses dos Estados Unidos.
"A China e a Rússia desenvolvem, em particular, uma variedade de meios de explorar o que entendem como dependência dos EUA em relação a sistemas baseados no espaço e desafiam a posição dos EUA no espaço", diz o relatório.
No domingo (22), o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, defendeu que a criação de Forças Espaciais por países como EUA e França seja discutida internacionalmente.
"Agora ficou claro que iniciativas como a dos escudos antimísseis não tem nada a ver com a defesa contra o Irã, mas são sistemas realmente globais. Nós insistimos em discutir as questões ligadas à mobilização de armas no espaço. Não só os norte-americanos já fizeram declarações neste sentido, mas também os franceses", disse o ministro russo ao canal Pervy.
A França anunciou a formação de Força Espacial integrada à Aeronáutica em agosto deste ano e alocou cerca de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 16 bilhões) ao projeto até 2025, reportou a France 24.