Este ano parece ter dado bastante trabalho para os cientistas, com a mídia relatando quase diariamente sobre descobertas arqueológicas maiores e menores, que variavam desde mosaicos e textos antigos a igrejas e povoados.
Esta é uma lista das descobertas bíblicas mais emocionantes de 2019.
Guerra bíblica
O altar de pedra descoberto este ano na antiga cidade de Atarote, Jordânia, lançou luz sobre uma guerra entre o antigo reino de Moabe e o reino de Israel. A guerra é mencionada na Bíblia hebraica, que conta como o rei dos moabitas, Mesha, ficou frustrado por ter que pagar um tributo anual de milhares de cordeiros e uma grande quantidade de lã ao seu vizinho, e decidiu entrar em guerra com o reino de Israel.
Biblical War Revealed on 2,800-Year-Old Stone Altar https://t.co/8KVHL0pgPU pic.twitter.com/8urGwiIW7K
— Live Science (@LiveScience) August 22, 2019
Guerra bíblica revelada em um altar de pedra de 2.800 anos
O altar de 2.800 anos foi descoberto em 2010, mas só neste ano os cientistas decifraram seu conteúdo, que foi escrito em parte na língua moabita e em parte em hierático, um sistema de escrita egípcio. Inscrições confirmaram os eventos descritos na Bíblia hebraica nos quais o rei Mesha e suas forças conquistaram Atarote e saquearam a cidade.
A lendária Igreja dos Apóstolos?
Arqueólogos de Israel e dos Estados Unidos descobriram neste ano o que poderia ser a lendária Igreja dos Apóstolos. A estrutura de 1.400 anos, com delicados mosaicos e mármore esculpido, foi desenterrada no norte de Israel, às margens do mar da Galileia.
Os cientistas acreditam que a estrutura está localizada no local da antiga vila de pescadores de Betsaida, o lugar onde Jesus Cristo supostamente alimentou milhares de pessoas com cinco pães e dois peixes. Assim, essa poderia ser a lendária Igreja dos Apóstolos, que foi construída para honrar os primeiros apóstolos de Cristo, André e Pedro.
No entanto, a alegação dos pesquisadores é contestada por outros cientistas, que por sua vez alegam ter descoberto Betsaida em um local chamado et-Tell.
Mosaico retratando o famoso milagre de Cristo
Na maioria dos casos, os cientistas fazem descobertas examinando novos locais, mas às vezes encontram sem querer descobertas notáveis em lugares que eram conhecidos há décadas. Foi o que aconteceu com o mosaico que retrata um dos famosos milagres de Cristo.
Pesquisadores do Instituto Zinman de Arqueologia passaram décadas escavando a Igreja Queimada, localizada no mar da Galileia, e somente neste ano descobriram sob camadas de cinzas o mosaico que mostra o salvador alimentando multidões de pessoas com cinco pães e dois peixes.
O lugar onde Jesus apareceu após a Ressurreição
A localização de Emaús, uma antiga povoação onde se dizia que Cristo foi visto após sua ressurreição, tem sido tema de debates científicos acalorados durante muito tempo. No Evangelho de Lucas, o apóstolo escreve que Cristo apareceu diante de seus seguidores na estrada para Emaús, que fica a 10-12 quilômetros de Jerusalém.
Israel Finkelstein, professor emérito do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv em Israel, e Thomas Römer, professor de estudos bíblicos no Colégio de França, afirmam que o sítio arqueológico de Quiriate-Jearim é, de fato, Emaús. Os pesquisadores dizem que as fortificações do local arqueológico correspondem à descrição de Emaús no Evangelho. No entanto, outros lugares também disputam sua localização.
A origem dos filisteus
Uma das descobertas bíblicas mais emocionantes deste ano foi feita não com uma pá, picareta ou escova, mas em um laboratório biológico com ajuda de um teste de DNA. Historiadores e arqueólogos passaram décadas tentando determinar a origem dos filisteus, um povo antigo que viveu na terra de Canaã entre o século XII a.C. e o ano de 604 a.C.
Hoje esse território está localizado nos atuais Israel, Líbano e noroeste da Jordânia. Os filisteus são mencionados na Bíblia hebraica, assim como pelos antigos egípcios. Um estudo destes textos levou os cientistas à cidade de Ashkelon, onde encontraram os restos mortais de 10 indivíduos. Após a realização de testes de DNA, os pesquisadores descobriram que os filisteus descendem de pessoas que migraram da Grécia, Sardenha e até da Ibéria, que hoje é Espanha e Portugal.