Destinadas a impulsionar a economia dos EUA contra práticas comerciais consideradas "injustas" - principalmente com a China - as tarifas sobre importações têm causado efeitos negativos sobre os empregos no setor manufatureiro norte-americano, além de terem impulsionado os preços, segundo concluiu estudo do Federal Reserve.
Os economistas do Fed, Aaron Flaaen e Justin Pierce, disseram no relatório que os efeitos negativos das tarifas superam os benefícios - pelo menos no curto prazo.
"Descobrimos que os aumentos de tarifas promulgados em 2018 estão associados a reduções relativas no emprego industrial e aumentos relativos nos preços ao produtor", diz o documento.
De acordo com o relatório do Fed, as indústrias norte-americanas que trabalham com alumínio e aço enfrentaram o maior aumento de preços, já que as novas taxas de importação representaram 17,6% dos custos para os produtores de chapas de alumínio e 8,4% dos custos dos produtos siderúrgicos fabricados com aço comprado.
Os economistas do Fed afirmam que os efeitos a longo prazo podem ser diferentes, pois as empresas norte-americanas podem ajustar suas cadeias de suprimentos para evitar os impostos de importação dos EUA, mas também podem optar por se mudar para fora do país.
"Nossos resultados sugerem que o uso tradicional da política comercial como ferramenta para a proteção e promoção da manufatura doméstica é complicado pela presença de cadeias de suprimentos globalmente interconectadas", conclui o relatório.
Washington e Pequim atualmente negociam um acordo comercial para superar a guerra comercial deflagrada pela imposição de tarifas pelos EUA em 2018. Desde então as duas maiores economias do mundo impuseram tarifas mútuas no valor de bilhões de dólares.