O técnico recebeu o colar da Ordem do Infante Dom Henrique, uma alta comenda atribuída pela presidência a portugueses que prestam serviços relevantes ao país nacionalmente e também no exterior.
A justificativa para a condecoração foram as conquistas de Jorge Jesus à frente do Flamengo, a Taça Libertadores, o Campeonato Brasileiro e a final no Mundial de Clubes.
"Temos para além da carreira conhecida, interna e externamente, a condução à vitória de um clube numa competição continental, de prestígio mundial e também a presença numa final de uma competição dessa vez mundial", disse Marcelo Rebelo de Sousa durante o discurso de entrega da homenagem.
Para o presidente, as conquistas profissionais de Jorge Jesus ganham ainda mais relevância por terem sido no Brasil, "um país que nos é muito querido. Um estado irmão da Comunidade de Países de Língua Portuguesa e onde existe uma das maiores comunidades portuguesas do mundo todo".
O técnico agradeceu e se disse "honrado e orgulhoso". Bem-humorado e emocionado, Jorge Jesus também ressaltou o simbolismo das conquistas para os dois países. "Sei bem quem é o Infante Dom Henrique, porque todos os dias no Brasil tinha de atravessar a Avenida Infante Dom Henrique. Até no Brasil, antes de ser condecorado, já havia uma aproximação com ele. Portugal e o Brasil são dois países irmãos. Ao longo destes sete meses percebi isso, não tenho dúvidas que são dois países ligados pela história".
A cerimônia foi acompanhada pela família de Jorge Jesus e amigos, muitos ligados ao mundo do futebol, como dirigentes de clubes e ligas portugueses e também o ex-goleiro do Flamengo, o brasileiro Júlio César, que atualmente mora em Lisboa.
Ao final, Jorge Jesus respondeu ao que todos os flamenguistas querem saber agora. Segundo o técnico, o trabalho com o clube continua pelo menos até o fim do contrato, em junho. "Dia 20 vamos chegar ao Rio para começar a pré-época. Nós temos contrato por mais seis meses. Estamos felizes não só com os resultados esportivos, de reconhecimento mundial e principalmente em Portugal, mas também há coisas que são tão ou mais importantes. É a forma amorosa, apaixonada, que os torcedores do Flamengo têm conosco. Eu não estava habituado a ter um estádio com 70 mil pessoas todos os jogos a gritar pelo meu nome, portanto isso é uma demonstração de carinho que eles tem para nós e isso vai influenciar muito mais nas minhas decisões".