"O secretário-geral tem muitas esperanças de que os testes não vão recomeçar, em linha com resoluções relevantes do Conselho de Segurança. A não-proliferação permanece um pilar fundamental da segurança nuclear global e deve ser preservada", afirmou o porta-voz de Guterres, Stepane Dujarric.
"O engajamento diplomático é o único caminho para a paz sustentável", acrescentou.
Coreia do Norte condiciona fim dos testes à concessões dos EUA
A Coreia do Norte declarou que não paralisará seus testes com mísseis nucleares até os Estados Unidos fazerem concessões e, além disso, ameaçou produzir uma nova arma estratégica em breve.
O anúncio foi feito pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, durante reunião do 7º Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que aconteceu entre os dias 28 e 31 de dezembro.
Um dos principais temas debatidos no encontro foram mudanças na política externa do país asiático. O governo quer alterar suas diretrizes em função da piora das relações entre Washington e Pyongyang.
Segundo Kim, "nos últimos dois anos", enquanto a Coreia do Norte paralisou seus testes para "construir confiança" com os EUA, os americanos, "longe de responder com medidas apropriadas, conduziram dezenas de grandes e pequenos exercícios militares conjuntos", que o presidente Donald Trump "pessoalmente prometeu acabar".
Além disso, o líder norte-coreano disse, citado pela agência estatal KCNA, que os EUA "ameaçam a Coreia do Norte por meio do envio de equipamentos de guerra ultramodernos para a Coreia do Sul".
O líder ainda afirmou que o "mundo testemunhará" a produção de uma "nova arma estratégica" em breve.
EUA respondem ao anúncio
As relações entre os dois países entraram em crise após a delegação norte-coreana deixar a cúpula realizada na Suécia, em outubro de 2019, afirmando que as negociações eram um erro pois os EUA não faziam concessões.
Nos últimos meses, Pyongyang vem alertando Washington de que o prazo de um ano dado pela Coreia do Norte para os EUA oferecerem algo em troca da moratória nuclear está se aproximando do fim.
Após a divulgação das declarações de Kim Jong-un, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que a Coreia do Norte deveria "tomar uma direção diferente", ressaltando que os EUA querem a "paz e não a confrontação".
Trump, por sua vez, afirmou que Kim tinha assinado um pacto de desnuclearização e que o líder norte-coreano era um "homem de palavra".