O Banco Central chinês anunciou nesta quinta-feira (2), em sua página na Internet, que irá reduzir o compulsório dos bancos em cerca de 50 pontos. A medida, que irá entrar em vigor a partir do dia 6 de janeiro, deve reduzir o compulsório dos grandes bancos a 12,5%.
"O corte no compulsório irá estimular a confiança dos investidores e dar suporte à economia, que está se estabilizando gradualmente", disse Wen Bin, economista do Banco Minsheng, em Pequim.
Desde 2018, o Banco Central da China reduziu a taxa de compulsório oito vezes para estimular a economia, que se encontra no nível mais baixo de atividade dos últimos trinta anos.
O compulsório consiste na obrigação dos bancos comerciais de deixarem uma porcentagem de cada depósito recebido em caixa no Banco Central. A medida é adotada pelos ao redor do mundo para garantir os empréstimos em caso de crise, mas também pode ser utilizada como instrumento de política monetária.
Neste caso, ao reduzir os compulsórios, os bancos comerciais ficam com mais dinheiro para conceder empréstimos, o que estimula a economia.
O mercado já aguardava a medida, que havia sido sugerida em discurso proferido pelo primeiro-ministro Li Keqiang, no final de dezembro. Na ocasião, Keqiang havia dito que as autoridades estudavam adotar medidas para garantir crédito às pequenas e médias empresas, entre as quais a aplicação de cortes no compulsório dos bancos.
A medida aumenta a liquidez dos bancos, o que também reduz os riscos de falta de crédito no Ano Novo chinês, que será celebrado no fim de janeiro.
Analistas ouvidos pela Reuters acreditam que a confiança do mercado na economia chinesa também deve se fortalecer, conforme se aproxima a assinatura da "primeira fase" do acordo comercial entre a China e os Estados Unidos.
Pequim deve estipular uma meta mais baixa de crescimento econômico em 2020, cerca de 6%. O crescimento chinês desacelerou de 6,8% em 2017 para 6% no último trimestre de 2019, o menor nível desde o início da década de 90.