Segundo ele, Washington e Teerã, apesar de rivais, não vivem um conflito armado, por isso o gesto do presidente norte-americano, Donald Trump, que ordenou o bombardeio, poderia abrir precedentes perigosos.
"Na minha opinião, a gravidade resulta dos precedentes que isso pode gerar. Imagina se ele [Trump] decide atacar uma instalação do PCC [Primeiro Comando da Capital] que refina drogas para os EUA por aqui?", questionou o general da reserva para o blog de Thales Farias, do UOL.
Considerado um dos maiores líderes do Oriente Médio e do Irã, Qassem Soleimani, comandande da Força Quds, do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica, foi morto na sexta-feira (3) em um ataque dos EUA nos arredores de Bagdá, quando ele saia do aeroporto internacional da capital. Teerã prometeu vingança.
'Trump se atribuiu direito de vida e morte sobre cidadãos'
"Trump se atribuiu direito de vida e morte sobre cidadãos de países com os quais não existe nenhum tipo de conflito além de embates diplomáticos", argumentou o também ex-chefe do Estado Maior do Exército brasileiro.
Segundo o governo dos EUA, Soleimani foi responsável pela morte de milhares norte-americanos, e estaria planejando mais ataques contra cidadãos do país.
'Xerifes do mundo'
"A versão americana é de que se estaria preparando um ataque contra alvos americanos. Se os EUA apresentarem provas disso, reduz-se a repercussão. Mas apenas reduz, pois escancara a atitude norte-americana de xerifes do mundo e a visão extraterritorialista de sua legislação", disse Etchegoyen.
O ex-chefe do GSI também mencionou o aprofundamento da "imagem de irrelevância" do Conselho de Segurança da ONU.
Brasil deve ficar de fora
Sobre o Brasil, afirmou que o melhor para o governo é se manter distante da crise.
"Não temos nada a ver com isso", disse.