A presidente de fato da Bolívia considera "apropriado" que o Tribunal decida prolongar sua gestão e a do parlamento para depois de 22 de janeiro, para supostamente evitar um vácuo de poder antes da posse de um novo governo.
"Eu compreendo, com todas as consultas com diferentes constitucionalistas e o assessoramento que temos tido, que o mais apropriado seria que nós tenhamos o prolongamento do mandato, porque não poderíamos governar sem uma Assembleia. Creio que é o mais democrático", disse Áñez durante uma coletiva de imprensa na cidade de Sucre, onde esteve presente na inauguração do ano judicial 2020.
No mês passado, três partidos políticos da Assembleia Legislativa (MAS, UD, PDC) enviaram para consulta de constitucionalidade uma lei que prolonga os mandatos do governo, da Assembleia Plurinacional e das autoridades subnacionais até que sejam escolhidos os novos mandatários nas eleições definidas para o próximo 3 de maio.
Nesta terça-feira (31), o TCP recebeu formalmente este projeto de lei para começar o seu processamento, tendo um prazo de 30 dias para emitir o seu parecer.
De acordo com a Constituição, 22 de janeiro é a data estabelecida para a mudança de autoridades do executivo e dos representantes da Assembleia Legislativa, no entanto a crise política desencadeada após as eleições no dia 20 de outubro e subsequente golpe de Estado contra Evo Morales poderiam causar uma mudança.
O ex-presidente renunciou à Presidência da Bolívia no dia 10 de novembro, após um pedido expresso da polícia e das Forças Armadas, poucos dias depois que um relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA) apontou supostas irregularidades nas eleições do dia 20 de outubro.