"Os ataques recíprocos dos EUA e Irã podem levar a uma guerra total na região, caso Washington entenda sua incapacidade de conseguir o que quer, existindo o risco de início de uma guerra nuclear", declarou à Sputnik o primeiro-vice-presidente do Comitê de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação da Rússia, Vladimir Dzhabarov.
A autoridade russa ainda ressaltou que o Conselho de Segurança da ONU deve ser acionado para que se evite o aumento das tensões no Oriente Médio.
Guerra impopular
Contudo, Dzhabarov acredita que o início de uma guerra total entre ambos os países possa resultar em críticas dentro dos EUA.
"As ações agressivas dos EUA em relação ao Iraque e Irã estão ligadas, provavelmente, com a campanha pré-eleitoral [do presidente Trump], mas suas ações ocasionarão críticas nos EUA. Trump receberá um golpe de seus oponentes", acrescentou o político.
Da mesma forma vê o senador russo Aleksei Pushkov, que ressaltou no Twitter que os ataques iranianos a bases da coalizão internacional, onde estão instalados soldados norte-americanos, no Iraque eram "esperados".
Как и следовало ожидать, Иран нанёс ответный удар - по базам США в Ираке. Если США ответят, то ракетная, а затем и сухопутная большая война практически неминуемы. Она не будет популярной в США и, скорее всего, будет стоить Трампу победы на выборах. Лучше остановиться.
— Алексей Пушков (@Alexey_Pushkov) January 8, 2020
Como era de se esperar, o Irã realizou ataque de resposta contra bases dos EUA no Iraque. Se os EUA responderem, primeiro uma grande guerra com mísseis e depois terrestre será praticamente iminente. Ela [a guerra] não será popular nos EUA e, provavelmente, custará a vitória de Trump nas eleições. É melhor parar.
Desta forma, Pushkov acredita que o presidente americano está entre o desejo de salvar sua imagem, a reputação de seu próprio país de grande potência e o desinteresse em iniciar uma guerra em ano de eleições.
Ataques
Na madrugada desta quarta-feira (8), o Irã realizou ataques com mísseis contra bases da coalizão internacional no Iraque.
A ação seria uma resposta ao assassinato do major-general do país Qassem Soleimani, morto em 3 de janeiro em Bagdá durante uma operação militar americana.