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Brasil First? Especialista elogia postura do ministro Marcos Pontes sobre o 5G

© AP Photo / Carolina AntunesO presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), posa para uma foto atrás de um modelo de astronauta dos EUA. Ao seu lado está o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. A foto foi tirada em um evento na embaixada dos Estados Unidos em comemoração à independência do país no dia 4 de julho de 2019.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), posa para uma foto atrás de um modelo de astronauta dos EUA. Ao seu lado está o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. A foto foi tirada em um evento na embaixada dos Estados Unidos em comemoração à independência do país no dia 4 de julho de 2019. - Sputnik Brasil
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Enquanto o 5G não chega, o Brasil tenta se equilibrar em meio a pressões e promessas de Estados Unidos e China em relação a essa nova tecnologia. Mas o governo conseguirá colocar os interesses nacionais em primeiro lugar?

Na última quarta-feira, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do Brasil, Marcos Pontes, reagiu às pressões norte-americanas em torno do 5G afirmando que não vetaria qualquer empresa de entrar na disputa pelo estabelecimento dessa nova tecnologia no país. 

As declarações se deram no contexto da possível participação da chinesa Huawei nesse processo. Referência no desenvolvimento dessas redes, a empresa é alvo de intensa campanha negativa por parte dos Estados Unidos, que temem perder espaço no setor. 

​Aliado dos EUA, o Brasil se vê no meio de uma agitada concorrência entre essas duas potências. Mas, se depender de seu ministro da Ciência e Tecnologia, não haverá discriminação em relação à China, e a decisão sobre essa importante parceria será tomada conforme critérios técnicos.

Para o professor da Universidade Federal do ABC Sérgio Amadeu da Silveira, pesquisador na área de Tecnologia da Informação e das Comunicações, o ministro Pontes teve uma postura correta nessa questão, do ponto de vista dos interesses do Brasil. No entanto, isso causaria certo estranhamento por não ser exatamente a linha adotada pelo atual governo federal. 

"Na verdade, ele está dizendo: 'Olha, nós vamos escolher aquele que der mais condições de desenvolvimento e qualidade tecnológica para o nosso país'", disse o especialista em entrevista à Sputnik Brasil.

Segundo Silveira, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações tem sido um dos mais razoáveis na gestão do presidente Jair Bolsonaro até o momento, com o ministro Marcos Pontes demonstrando menos preocupação com influências ideológicas em seu trabalho. 

O professor considera que, nesse caso do 5G, é possível afirmar que há uma espécie de guerra fria entre Washington e Pequim atualmente, e tudo indica que os norte-americanos continuarão pressionando as autoridades brasileiras. 

"O Brasil passa a ter uma política tortuosa na área internacional, abandonando seus princípios históricos, da diplomacia brasileira. E, ao mesmo tempo, também passa a ter uma política completamente submissa, do ponto de vista do discurso e do corte de recursos na área de ciência e tecnologia, em um momento em que estamos mudando paradigmas tecnológicos, como no caso do 5G."

De acordo com o acadêmico, o Brasil poderia muito bem estreitar uma parceria com a Huawei e mostrar que é possível ter uma aplicação de tecnologia com ganhos reais para o país.

"Mas é muito difícil fazer isso com a orientação submissa que tem o governo federal. Muito difícil."

​Uma das formas de aproveitar a implantação dessa nova tecnologia no Brasil, segundo o especialista, seria, por exemplo, exigir declarações de não instalação de backdoors na infraestrutura de 5G das empresas interessadas em fornecer esse serviço em território brasileiro.

"Isso é muito importante. É afirmação de soberania, proteção de dados brasileiros. Porque um dos argumentos de Donald Trump (presidente dos EUA) em relação à Huawei, aos chineses, é que os chineses aproveitarão essa tecnologia para fazer o que eles, americanos, fazem, que é a instalação de backdoors, obtenção não informada de dados estratégicos dos países onde eles instalam suas tecnologias. Controle da informação."

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