O comentário pode sugerir que Londres opte pela Huawei no leilão de tecnologia 5G, que deve ocorrer ainda neste mês. A empresa chinesa pode receber autorização para operar equipamentos "não centrais" da infraestrutura de telecomunicação britânica.
Uma delegação norte-americana chegará hoje no Reino Unido para tentar impedir a entrada da empresa chinesa no país aliado, reportou o The Telegraph. Para Washington, um eventual acordo com a Huawei colocaria em risco a parceria de compartilhamento de inteligência com o Reino Unido.
Anteriormente, o governo de Theresa May havia declarado não considerar os serviços da Huawei, que oferecem melhor custo-benefício para o contribuinte, como uma ameaça à segurança do país.
O chefe do MI5, Andrew Parker, parece concordar. Em recente entrevista ao jornal Financial Times, Parker disse que o acordo de compartilhamento de inteligência entre EUA, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e Canadá, chamado de "cinco olhos", está "mais forte do que nunca".
Quando perguntado se a parceria com os EUA poderia sair prejudicada, caso o Reino Unido autorizasse a operação da tecnologia 5G da Huawei, Parker disse "não ter motivos para acreditar nisso".
O chefe do MI5 acrescentou que as considerações de segurança nem sempre devem "dominar e ditar" as decisões do país, que deve garantir um espectro mais amplo de potenciais fornecedores no futuro:
"Talvez precisemos de mais foco e debate sobre como poderemos, no futuro, ter um espectro mais amplo de concorrência e um maior número de opções soberanas, ao invés de nos limitarmos a dizer sim ou não a uma tecnologia chinesa", opinou.
Atualmente, as operadoras de telecomunicações do Reino Unido oferecem acesso limitado ao 5G, utilizando os chamados "equipamentos não centrais" da Huawei, como antenas.
Consideram-se equipamentos "centrais" aqueles ligados ao rastreamento de chamadas e armazenamento de dados dos consumidores.
Os Estados Unidos adotaram uma política de contenção da expansão da empresa chinesa Huawei, que teria tomado a dianteira no desenvolvimento de infraestrutura para a tecnologia 5G, que oferece acesso mais rápido à Internet para os consumidores.