"Quanto ao sistema russo SSC-8 [designação do 9M729 usada pela OTAN], vamos trabalhar em sistemas de defesa antiaérea e antimísseis, armas convencionais, maior prontidão e extensão do tempo de alerta [de ataque de mísseis]", disse ao canal o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg.
A aliança militar pretende responder proporcionalmente ao desenvolvimento e implantação dos mísseis 9M729, informou Stoltenberg, acrescentando que não irá implantar novos mísseis terrestres com ogivas nucleares na Europa e procura reforçar o controle de armas.
Segundo ele, os ministros da Defesa dos países da aliança já negociaram medidas apropriadas.
Nos últimos meses, Washington criticou a utilização pela Rússia do míssil de cruzeiro 9M729, tendo exigido a destruição deste tipo de arma.
Pretexto para saída do acordo
Moscou observou que as críticas em relação ao 9M729 foram apenas um pretexto para os EUA se retirarem do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), e uma razão para colocarem seus próprios mísseis de médio alcance perto das fronteiras da China.
O Ministério da Defesa russo salientou que os EUA tinham decidido abandonar o tratado vários anos antes de as acusações contra os 9M729 serem tornadas públicas.
Em 18 de agosto, os Estados Unidos testaram eles próprios um míssil de cruzeiro não nuclear na ilha de San Nicolas, na Califórnia, que era anteriormente proibido pelo INF. Na ocasião, o Pentágono publicou um vídeo em que um míssil disparado de um lançador móvel atingiu o alvo após um voo de 500 quilômetros.