Durante estudo, publicado na revista PLOS ONE, uma equipe de pesquisadores explorou uma caverna conhecida como Grotta dei Moscerini - um dos dois sítios arqueológicos italianos, que contém um grande número de conchas, relata o jornal Newsweek.
As conchas pertenciam a um clã da espécie de conchas Callista chinoe, que habitou a região há mais de 100 mil anos, muitas das quais foram modificadas para ser usadas como instrumentos. A equipe liderada por Paola Villa, da Universidade do Colorado, examinou 171 destas conchas modificadas com o intuito de compreender mais sobre estes objetos.
Anteriormente, acreditava-se que os restos marinhos foram coletados na praia após a morte do clã. No entanto, baseados em análises da equipe, que observou o estado de preservação dos objetos, conclui-se que aproximadamente um quarto seria proveniente do fundo do mar.
"Podemos constatar que em Moscerini foram reunidas em torno de quarenta conchas coletadas por mergulhadores neandertais diretamente do fundo do mar, assim como 167 foram coletadas na praia", afirmou Villa à Newsweek.
Mesmo já sabendo que neandertais usavam instrumentos, especialistas não possuíam uma ideia clara do quão capazes eles eram de explorar os recursos costeiros disponíveis.
As últimas descobertas acrescentam evidências de que os neandertais praticaram mergulhos em águas costeiras da região para coletar recursos muito antes do Homo sapiens fazer o mesmo.
"Provamos que a exploração de recursos aquáticos e a coleta de pedras – comum no período Paleolítico Superior – foram parte do comportamento dos neandertais muito antes da chega dos humanos modernos no Oeste Europeu", acrescentou Villa.
A pesquisadora destacou que "neandertais tinham a competência técnica, capacidade para inovar e o amplo conhecimento dos recursos do ambiente, que geralmente somente é atribuído a humanos modernos".