A candidatura de Mishustin para o cargo de primeiro-ministro foi sugerida pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin. Mishustin irá suceder a Dmitry Medvedev, que ficou oito anos no cargo. Medvedev deve ocupar a cadeira de vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia.
"A primeira coisa a ser feita é iniciar uma reforma institucional e administrativa e, claro, aplicar o que há de mais avançado em tecnologia da informação", disse o novo primeiro-ministro.
Para Mishustin, existem recursos disponíveis para que a Rússia atinja as metas colocadas pelo presidente:
"Temos uma situação [econômica] bastante estável [...] temos inflação, mas acho que ela não ultrapassará os 4 pontos percentuais", comentou.
A candidatura foi aprovada com 383 votos a favor, 41 abstenções e nenhum voto contra. Anteriormente, foi anunciado que o partido majoritário, Rússia Unida, o partido Rússia Justa e o Partido Liberal Democrata apoiaram a candidatura de Mishustin. O Partido Comunista da Rússia preferiu abster-se.
Mishustin prometeu realizar uma reforma ministerial abrangente, o que pode significar que novas figuras políticas podem emergir. Um dia antes de sua nomeação, Mishustin teria realizado longas reuniões com deputados influentes do parlamento russo, a Duma, como disse o porta-voz da casa Vyacheslav Volodin.
Quando perguntado sobre quando iria anunciar a nova composição do governo, Mishustin foi cauteloso:
"Eu acredito que essas informações serão divulgadas nos próximos dias. Hoje nós consultamos todos os partidos políticos. Eu acredito que, assim que isso estiver definido, nós o iremos divulgar", disse.
Mishustin, que tem 53 anos, teria tido bom desempenho no cargo de diretor do Serviço Federal de Impostos da Rússia, no qual teria aumentado a arrecadação de imposto sobre o valor agregado (IVA) e impostos sociais.
Segundo dados de 2019, a arrecadação de IVA teria aumentado 17% em somente um ano. Em relação aos impostos sociais, Mishustin teria arrecadado US$ 6 milhões (cerca de R$ 24 milhões) a mais do que o previsto para o ano fiscal.
Renúncia do governo
Nesta quarta-feira (15), Vladimir Putin proferiu um discurso na Assembleia Federal, o parlamento russo, no qual anunciou a adoção de políticas sociais e defendeu a aprovação de uma série de emendas constitucionais.
As emendas propostas têm como objetivo o fortalecimento do papel do parlamento, modificar os critérios de elegibilidade para a ocupação de altos cargos políticos, assim como garantir o papel social do Estado.
Após o discurso, o então primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev, anunciou a renúncia de seu governo.
"Estas emendas, quando adotadas [...] irão significar mudanças significativas não só em vários artigos da Constituição, mas também no equilíbrio entre os poderes legislativo, executivo e judicial."
"Nestas condições, é correto apresentar a renúncia de todos os membros [do governo]", concluiu Medvedev.
Putin agradeceu ao governo de Medvedev pelo trabalho e anunciou a intenção de nomeá-lo para o cargo recém-criado de vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia.