Desde 2017, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) entregou aproximadamente US$ 467 milhões (cerca de R$ 1,9 bilhão) para a oposição venezuelana, sob a rubrica de "ajuda humanitária", reconhece o site oficial da agência.
Além disso, a agência detalha o acordo de outubro de 2019, no qual a USAID se comprometeu a destinar US$ 128 milhões (cerca de R$ 535 milhões) para "ajudar" Guaidó e a Assembleia Nacional a "seguir desenvolvendo planos de recuperação econômica e implementação de serviços sociais durante a transição para a democracia".
No documento, publicado em dezembro de 2019, a agência reconhece haver destinado fundos para "compensação, custos de viagem e demais gastos de alguns assessores técnicos da Assembleia Nacional e da administração interina de Guaidó através dos fundos de assistência".
O informe sublinha, no entanto, que a agência "não transfere fundos" diretamente para a "administração Guaidó", mas sim para empresas privadas através de contratos, doações ou acordos de cooperação.
Em setembro de 2019, a agência informou haver alocado US$ 52 milhões (cerca de R$ 217 milhões) para apoiar o líder opositor, a fim de "restaurar um governo democrático" na Venezuela.
Fundos não declarados
Em novembro de 2019, o embaixador designado por Guaidó em Bogotá, Humberto Calderón Berti, acusou figuras próximas do líder opositor de cometerem irregularidades na utilização dos fundos destinados à ajuda humanitária.
"As autoridades colombianas me alertaram e mostraram documentos que citavam prostituição, bebidas, manejo irregular de recursos, cobranças dobradas e fictícias", afirmou Humberto.
O portal de notícias Armando.info também havia denunciado a participação de onze deputados da oposição venezuelana em um "esquema de corrupção para concessão de indulgências" a empresários do ramo de importação de alimentos, ligados ao partido de Guaidó.
O presidente Nicolás Maduro, por sua vez, disse que Guaidó faz uso de "milhões de dólares" oriundos de fundos venezuelanos bloqueados pelos EUA.
As acusações de corrupção e falta de transparência na utilização de recursos geraram uma cisão interna na oposição venezuelana, que vive um novo período de disputas no legislativo.