"Se olharmos para o número de ogivas e mísseis hoje em dia, há um enorme desequilíbrio a favor da Rússia e dos Estados Unidos. Cerca de 90% do arsenal nuclear mundial é compartilhado entre os dois países. Dessa forma, a China sempre desempenhou o papel de dissuasão mínima. Por isso, qualquer tentativa de incluir a China nas conversações russo-americanas foi malsucedida, porque os arsenais não são comparáveis", disse Mark Fino, chefe da seção de proliferação de armamento do Centro de Desenvolvimento da Política de Segurança de Genebra.
O Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START III), assinado em 2010, continua a ser o único acordo de limitação de armas existente entre a Rússia e os Estados Unidos. O acordo expira em fevereiro de 2021, e Washington ainda não anunciou se pretende prorrogá-lo.
Acordo nuclear trilateral
O presidente norte-americano Donald Trump falou sobre seu desejo de desenvolver um novo acordo nuclear trilateral entre a Rússia, a China e os Estados Unidos, cuja ideia foi rejeitada por Pequim.
O especialista considera que há uma preocupação crescente com a China, tanto por parte de Washington como de Moscou, já que Pequim começou a aumentar a qualidade do seu arsenal.
"Todas as potências nucleares e países estão se modernizando. E a China não é exceção. Eles [chineses], tal como a Rússia, estão investindo em dois tipos de armas que são consideradas necessárias para a defesa de mísseis. Eles são os mísseis hipersônicos e aeronaves", destacou o analista.
Na opinião de Fino, o aumento do orçamento militar e a modernização do arsenal militar chinês é a resposta de Pequim à situação no mundo, incluindo as ações dos EUA.
O presidente russo Vladimir Putin disse anteriormente que Moscou estava ajudando Pequim a criar um sistema de alerta precoce contra ataques de mísseis, que deverá melhorar drasticamente a capacidade de defesa da China.
A embaixadora chinesa em Moscou, Zhang Hanhui, disse que a cooperação Rússia–China para criação do sistema ajudará a manter o equilíbrio estratégico no mundo.