O presidente do PSL, deputado federal Luciano Bivar, pretende, ainda em janeiro, iniciar o processo de expulsão de deputados da ala ligada ao presidente Jair Bolsonaro, que tenta criar seu próprio partido.
Para Paulo Baia, cientista político e professor da UFRJ, "o destino do PSL é a fragmentação", o partido deve diminuir.
"O PSL só adquiriu o tamanho que tem hoje graças ao Bolsonaro. Foi Bolsonaro que, com sua campanha [presidencial], impulsionou a eleição de uma bancada muito grande", explicou Baia para Sputnik Brasil.
Além disso, o especialista alega que uma eventual expulsão de deputados aliados ao Bolsonaro do PSL deve facilitar a vida para o presidente e para os próprios deputados, pois estes poderão buscar novas legendas.
"Tudo caminha para a expulsão dos deputados, pois isso não afeta o fundo partidário do PSL. O Fundo Eleitoral está garantido com os resultados da eleição de 2018. O PSL tem um grande fundo partidário e eleitoral", disse Baia.
Se a expulsão ocorrer, acrescenta o cientista político, pouca coisa vai mudar no PSL e mesmo no Congresso, onde o presidente tem aprovado os seus projetos com base em bancadas temáticas.
Além disso, dificilmente o próprio PSL vai passar a votar contra o presidente.
Quanto ao novo partido do Bolsonaro, Aliança pelo Brasil, o professor acredita que a legenda conseguirá sair do papel, mas não para as próximas eleições municipais.
"Em 2020 é possível ser criado sim. Eu não acredito que ele consiga registro para participar das eleições municipais. Mas até o final do ano ele consegue. Ele tem uma boa estrutura".
"Para 2022 Bolsonaro é um grande nome", acrescentou o acadêmico, citando também lideranças conservadoras como Damares Alves e Sergio Moro.