Devido à ameaça do vírus a nível internacional, a maior parte da perda de demanda viria do combustível de avião, pois o risco de doença desencoraja os viajantes a entrar em uma aeronave, explicou o grupo financeiro multinacional, cujos analistas qualificaram o efeito do surto sobre os preços do petróleo como moderado, citado pela Bloomberg.
Desde que as notícias sobre o coronavírus começaram a surgir, centenas de pessoas já foram infectadas e as autoridades sanitárias em todo o mundo estão em alerta vermelho para mais surtos.
Contudo, segundo o banco de investimento, o efeito da doença nos preços do petróleo é provavelmente limitado a nível regional.
De acordo com dados da Associação Internacional de Transportes Aéreos (AITA), as companhias aéreas asiáticas registraram um declínio de 8% no tráfego anual, mas as linhas aéreas de outros países foram muito menos afetadas, recorda Bloomberg.
Perspectivas de demanda
Embora o efeito real sobre a procura de combustível para aviões a jato, e consequentemente de petróleo bruto, seja limitado, é a incerteza sobre as perspectivas da demanda que pode fazer baixar os preços.
"Embora uma oferta reativa da OPEC possa limitar o impacto fundamental de tal queda de demanda, a incerteza inicial sobre o verdadeiro alcance da epidemia pode levar a uma redução de preço de venda maior que os valores de mercado fundamentais sugerem", escreveram Damian Courvalin e Callum Bruce, da Goldman Sachs.
Os preços do petróleo já estavam com tendências de baixa quando a Bloomberg relatou a notícia, pressionada por uma previsão da Administração de Informação de Energia (EIA) de que a produção de xisto dos EUA deverá ter outro aumento mensal no próximo mês.
A previsão indicava que a produção de xisto americano em fevereiro atingiria um total de 9,2 milhões de barris diários. Esse prognóstico da Administração de Informação de Energia teria causado uma tendência de baixa no preço do petróleo.