O Pentágono, no entanto, anunciou que 11 militares foram transferidos para hospitais na Alemanha e no Kuwait para "tratamento de sintomas de concussão como resultado da explosão".
O presidente dos EUA, Donald Trump, minimizou a gravidade do estado de saúde dos soldados norte-americanos que sofreram concussão cerebral após ataque do Irã contra bases dos EUA no Iraque.
Trump não considera "esses ferimentos" como "graves", "se comparados com outros ferimentos que já vi. Já vi pessoas sem braços e sem pernas", disse o presidente durante coletiva de imprensa em Davos, na Suíça.
Anteriormente, Trump havia declarado que nenhum soldado tinha ficado ferido em consequência dos ataques às bases norte-americanas. No entanto, as Forças Armadas norte-americanas anunciaram que mais soldados serão retirados do Iraque para tratamento médico, reportou The Guardian.
Quando perguntado sobre a divergência entre suas informações e as do Pentágono, Trump declarou ter sido informado sobre as vítimas "muitos dias depois" do incidente.
"Eu ouvi falar que eles tiveram dores de cabeça e mais umas coisas, mas eu posso dizer e informar que não é nada grave", contou.
Nesta quarta-feira (22), as Forças Armadas dos EUA declararam ter identificado novos casos de soldados "com potenciais ferimentos", que estariam sendo transferidos para a Alemanha para diagnóstico e tratamento.
"Dada a natureza dos ferimentos já referidos, é possível que ferimentos adicionais venham a ser identificados", declarou o porta-voz do comando central dos EUA, Bill Urban.
Ataques em Ain al-Asad
Esta não é a primeira vez que declarações de Trump sobre o estado de saúde de suas tropas são questionadas. Após os ataques contra a base de Ain al-Asad e outros alvos no Iraque, realizados pelo Irã no dia 8 de janeiro, Donald Trump declarou que o ataque não havia deixado vítimas norte-americanas.
"O povo norte-americano deve ficar muito grato e feliz [...] Nenhum americano ficou ferido no ataque de ontem à noite feito pelo regime iraniano. Não sofremos nenhuma baixa", declarou o presidente dos EUA.
A mídia iraniana, no entanto, noticiou que 80 militares e contratados norte-americanos morreram ou ficaram feridos em consequência do ataque. As Forças Armadas dos EUA teriam retirado as vítimas das bases durante a madrugada com o auxílio de helicópteros.
As Forças Armadas do Irã anunciaram que os ataques não tinham a intenção de matar nenhum militar, mas somente de enviar um alerta aos Estados Unidos.
O primeiro-ministro interino do Iraque declarou ter sido informado previamente sobre a realização dos ataques iranianos contra as bases dos EUA e teria repassado a informação aos norte-americanos.
Comandantes norte-americanos da base de Ein al-Asad confirmaram o envio do alerta horas antes da realização dos ataques, que foram feitos em retaliação ao assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, em 3 de janeiro de 2020.