"No momento, se as autoridades iranianas tomarem a decisão, a Organização de Energia Atômica, como executora, poderá enriquecer urânio em qualquer porcentagem", afirmou Ali Asghar Zarean.
O Irã disse no início deste mês que eliminaria as limitações do enriquecimento de urânio, dando um passo para se distanciar mais dos compromissos de um acordo nuclear de 2015 com seis grandes potências, mas prometeu continuar cooperando com o órgão de controle nuclear da ONU.
Desde que o Irã deu o passo mais recente na redução de compromissos com o acordo, o estoque de urânio produzido no país passou de 1.200 kg e será rapidamente adicionado ao estoque de urânio enriquecido, acrescentou Zarean.
Os EUA retiraram-se do acordo nuclear em 2018 e restabeleceram as sanções para limitar as exportações de petróleo do Irã como parte de uma política de "pressão máxima".
Washington diz que pretende forçar Teerã a chegar a um acordo mais amplo que imponha limites mais rígidos ao seu trabalho nuclear, refreie um programa de mísseis balísticos e encerre as guerras regionais por procuração. Já o Irã diz que não negociará enquanto as sanções continuarem em vigor.
Teerã tem reduzido constantemente sua conformidade com o acordo, o que levou o Reino Unido, França e Alemanha a acusá-lo formalmente em meados de janeiro de violar os termos e ativar um mecanismo de disputa no acordo, o que poderia levar à reimposição de sanções da ONU.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse na semana passada que, se o arquivo nuclear do Irã for enviado ao Conselho de Segurança da ONU, o país se retirará do Tratado de Não Proliferação (TNP), de acordo com a agência de notícias oficial IRNA.
O Irã nega qualquer intenção de adquirir armas nucleares e diz que suas violações do acordo serão revertidas se Washington suspender as sanções.