O assessor da Casa Branca que coordena a equipe de advogados de defesa de Trump, Pat Cipollone, declarou que o processo de impeachment privaria os eleitores do direito de expressar a sua opinião sobre Trump durante as eleições norte-americanas, previstas para ocorrer em 3 de novembro deste ano.
"Fala-se muito de interferência eleitoral [...], mas estão aqui perpetrando a maior interferência massiva em um processo eleitoral na história dos Estados Unidos, e não podemos deixar isso passar impune", declarou Cipollone.
As declarações foram feitas durante a primeira oitiva da defesa de Trump, em sessão no Senado dos EUA, realizada no sábado (25).
O Partido Democrata, que faz oposição ao presidente Trump, abriu processo de impeachment contra o mandatário, acusando-o de incitar a Ucrânia a iniciar investigação contra o seu adversário político, Joe Biden.
Trump teria adiado o envio de ajuda militar a Kiev, pressionando-a a investigar Biden. Segundo o argumento dos democratas, o presidente teria colocado seus interesses eleitorais acima da segurança nacional dos EUA.
A defesa de Trump apresentou seus argumentos de interferência eleitoral durante sua primeira manifestação, em sessão que durou cerca de duas horas. Para a defesa, retirar um presidente há menos de 10 meses das eleições seria negar aos cidadãos norte-americanos o direito de decidir o futuro do presidente, reportou a Reuters.
"[O afastamento de Trump] violaria nossa Constituição. Violaria nossa história. Violaria nossas obrigações em relação ao futuro", disse.
Os democratas negaram as acusações de que o processo de impeachment configuraria intervenção nas eleições presidenciais.
"Dizem que não devemos julgar politicamente o presidente e retirá-lo do cargo porque afetaria o processo eleitoral [...]. Esse argumento indicaria que o processo [de impeachment] não está previsto na Constituição", segundo o legislador Jerrold Nadler.
A câmara baixa do Congresso dos EUA iniciou processo de impeachment contra o presidente Trump, após divulgação de conversa ente o mandatário norte-americano e seu homólogo ucraniano, Vladimir Zelensky. Na conversa, Trump incita o ucraniano a investigar seu então provável adversário nas eleições de 2020, Joe Biden.