Em entrevista ao canal Rossiya 24, Oreshkin salientou que o compromisso de Pequim de aumentar a compra de produtos dos EUA no âmbito do acordo já "causa sérias preocupações" na Europa, pois não está claro se isto não acarretará barreiras adicionais para os produtos europeus.
De acordo com o ex-ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, trata-se de "uma grande bomba-relógio" que não vai explodir em 2020, mas a partir de 2021 ou 2022 "veremos muitas disputas no triângulo EUA, China e Europa, incluindo outros países".
Neste contexto, Oreshkin ressaltou que a Rússia continuará apoiando os formatos multilaterais no comércio internacional. "Não creio que o bilateralismo seja um novo futuro para a política comercial mundial", apontou.
Em meados de janeiro, EUA e China assinaram a primeira fase de um acordo para acabar com a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Representantes de Washington afirmam que o acordo deverá levar a China a aumentar a compra de produtos agrícolas estadunidenses em US$ 50 bilhões anualmente (medida que poderá afetar os produtos rurais brasileiros) e também acarretar na compra adicional de US$ 200 bilhões em produtos dos Estados Unidos nos próximos dois anos.