Trump disse que divulgará seu "Acordo do Século" para Israel e Palestina - na verdade preparado por seu assessor e genro Jared Kushner -, mas Zarif já foi ao Twitter para condená-lo. Ele sugeriu que Washington abandonasse seu plano "ilusório" e apoiasse uma solução oferecida pelo líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei.
Diferentemente do plano dos EUA, cujos detalhes permanecem um mistério, a proposta apresentada por Khamenei equivale a realizar um referendo sobre um sistema de governo que inclui "muçulmanos, cristãos e judeus residentes da Palestina, bem como refugiados palestinos".
O líder iraniano também repetidamente criticou o "Acordo do Século" dos EUA, chamando-o de "traidor" e projetado para "destruir" a identidade da Palestina, pois ele aparentemente suspeita que o plano favorecerá muito Israel.
Embora pouco se saiba sobre o acordo, as informações já conhecidas sugerem que é improvável prever um Estado para os palestinos. A agência AFP informou que o presidente palestino Mahmoud Abbas já rejeitou o acordo antes de ser apresentado, e a Autoridade Palestina considera que uma solução de dois Estados é o único caminho a seguir.
É evidente que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu rival nas próximas eleições, Benny Gantz, participarão da cerimônia na Casa Branca, enquanto nenhum representante palestino estará presente.
Antecipando um plano fortemente pró-Israel, os líderes palestinos em Ramallah e Gaza também condenaram o próximo acordo e pediram um "dia de raiva" nesta terça-feira. Eles pediram aos palestinos que boicotassem os produtos americanos e removessem todos os símbolos americanos restantes na Cisjordânia.
Trump afirmou em uma entrevista coletiva no início desta semana que seu governo havia falado "brevemente" com os palestinos e prometeu conversar com eles novamente em algum momento no futuro. Ele admitiu que eles podem não gostar das propostas "no início". No entanto, ele também afirmou que seu plano é "realmente muito positivo para eles".
Washington reduziu centenas de milhões de dólares em ajuda e parou de financiar a agência da ONU que apoia refugiados palestinos. A decisão de Trump de transferir a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém também provocou a ira da Autoridade Palestina, que cortou todas as comunicações com os EUA posteriormente.