Erdogan, um crítico de longa data das políticas israelenses, atacou o roteiro proposto pelos EUA em uma entrevista nesta quarta-feira com jornalistas que o acompanhavam em seu retorno de uma visita a três países da África.
"Este é o plano de ignorar os direitos dos palestinos e legitimar a ocupação de Israel", afirmou Erdogan, conforme citado pela agência Anadolu.
A observação está de acordo com as críticas feitas anteriormente por outras autoridades turcas. O Ministério das Relações Exteriores classificou o plano de Trump de "natimorto" e disse que seu objetivo era "matar a solução de dois Estados e roubar terras palestinas".
Em setembro passado, Erdogan usou a palavra da Assembleia Geral da ONU para denunciar a expansão do controle israelense desde 1947. Ele até usou a ferramenta favorita do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, um grande fã de acessórios visuais, e mostrou ao público internacional uma série de mapas para ilustrar seu argumento.
O acordo proposto, que as autoridades americanas têm apresentado como uma abordagem pragmática e realista da situação real no terreno, prevê um Estado palestino composto por vários enclaves conectados por estradas e principalmente cercados pelo território israelense.
O futuro Estado palestino, segundo o plano, teria que sujeitar sua segurança às políticas de Israel. A "armadilha" é a promessa de um investimento de bilhões de dólares e a promessa de congelar a construção de assentamentos israelenses em terras palestinas ocupadas por quatro anos.
As autoridades palestinas rejeitaram os termos do acordo. O presidente palestino Mahmoud Abbas chamou o plano de "conspiração" e enfatizou que os direitos palestinos "não estão à venda". Enquanto isso, Netanyahu o elogiou como "a oportunidade do século".