A equipe criou a cultura celular a partir de uma amostra de pacientes que chegou ao Instituto Peter Doherty para Infecção e Imunidade em Melbourne na última sexta-feira, e agora pode ser replicada e distribuída para análises mais aprofundadas em todo o mundo.
Agora ele será usado como controle - ou mais especificamente como teste de anticorpos em pacientes assintomáticos - nos laboratórios de saúde pública australianos, além de ser enviado a especialistas que trabalham com a Organização Mundial de Saúde (OMS) na Europa.
Um dos principais problemas para conter o surto recente é que as pessoas podem ter - e transmitir - o vírus por até duas semanas antes de apresentar sintomas.
O coronavírus desenvolvido em laboratório foi considerado "um grande avanço" pelo doutor Julian Druce, chefe do laboratório de identificação de vírus do instituto australiano, pois permitirá um diagnóstico mais preciso em todo o mundo e proporcionará aos cientistas mais conhecimentos para combater a doença.
Embora a China tenha liberado a sequência do genoma do vírus, ter uma amostra real permitirá que pesquisadores de todo o mundo validem e verifiquem seus métodos de teste e, assim, melhorem o diagnóstico.
Ele também permitirá que os pesquisadores determinem a "verdadeira taxa de mortalidade" do vírus, diz o vice-diretor do Instituto Doherty, doutor Mike Catton, além de ajudar no desenvolvimento de vacinas experimentais. Uma equipe da Universidade de Queensland, na Austrália, foi incumbida de desenvolver essa vacina e espera fazê-lo dentro de seis meses.
Em todo o mundo, cerca de 6.000 pessoas foram infectadas com o vírus, que até agora matou pelo menos 130 pessoas na China, epicentro da doença.