Pó estelar poderia forçar pesquisadores a rever conhecimento sobre química do Sistema Solar

© REUTERS / R. Hurt / CaltechVisão artística do Planeta Nove que pode estar a orbitar no Sistema Solar exterior
Visão artística do Planeta Nove que pode estar a orbitar no Sistema Solar exterior - Sputnik Brasil
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Uma rocha espacial se chocou com a Terra em 1969, terminando uma jornada que durou bilhões de anos; o meteorito Allende carrega características que poderiam revelar muitos mistérios.

Um novo estudo, liderado pela Universidade Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, identificou uma evidência de que um material interestelar, anterior ao nosso Sistema Solar, estava presente no meteorito Allende. Em 27 de janeiro, a descoberta foi publicada no portal Nature Astronomy.

Estes traços, chamados de grãos pré-solares, são um raro achado, mas o que torna tão revelador este estudo é onde foram encontrados, além de possuírem um formato que pesquisadores não acreditavam ser possível.

Neste caso, os grãos identificados eram compostos por carboneto de silício (SiC), incorporados dentro de uma inserção do meteorito, nomeada Curious Marie, revolucionando o conhecimento que se tinha até então de materiais interestelares desta natureza.

"Seguindo nosso atual conhecimento da formação do Sistema Solar, grãos pré-solares poderiam não sobreviver ao ambiente onde estas inclusões são formadas", salienta Olga Pravdivstseva, pesquisadora de física da Arts & Sciences.

Anteriormente, o meteorito Allende passou por vários estudos científicos, mas até então grãos pré-solares não teriam sido encontrados.

"O fato de que SiC está presente em inserções e não foi completamente destruído na Curious Marie pode ajudar a compreender mais este ambiente", afirma Pravdivtseva. "Esta descoberta nos obriga a rever como vemos as condições inicias da nébula solar."

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